Nilton Pereira da Silva tem 49 anos e experiências para somar e dividir. Filho de Raimundo e Consuelita, era na fazenda localizada em Apucarana (Norte) que brincava e trabalhava com os 12 irmãos. A obrigação chegou cedo e as brincadeiras com bolinhas de gude cederam lugar à camisa suada na lavoura. Estudou até o primeiro ano do Ensino Médio e pretende voltar pelo menos a praticar algum esporte tão logo a vida entre nos eixos. A prática de 17 anos como metalúrgico não tem sido suficiente para se recolocar no mercado de trabalho, mas Nilton acredita em um futuro promissor. "Faço bicos de segurança, porteiro e garçom." Esta última função é a que permite mais interação. "É bom conversar com as pessoas, servir, principalmente porque participamos de um momento em que as pessoas estão felizes, se confraternizando". Em setembro de 2017, Nilton perdeu a esposa. "Ela teve câncer, tratou, mas depois de um ano boa, não aguentou." O luto e a superação pertencem a Nilton e ele conta que até agora, enquanto não tem algo fixo, mora na casa da irmã e é grato ao apoio dela. Dos doze filhos de Raimundo e Consuelita, agora são quatro mulheres e dois homens que procuram preservar a família e seus valores. (Walkiria Vieira/NOSSODIA)