Quem decide ouvir o aposentado José da Conceição Cardoso, 81 anos, depara-se com palavras bíblicas. Natural de Proença-a-Nova, pertencente do distrito de Castelo Branco, em Portugal, seu Cardoso chegou ao Brasil em junho de 1960. Tinha 23 anos e foi trabalhar ao lado do irmão em um armazém de secos e molhados na cidade de Cornélio Procópio. "Veio primeiro o meu irmão, Leonel, para abrir caminhos e, na época, a empresa J. Alves Veríssimo nos apoiou". Tem três filhos, quatro netos e conta que desde a década de 80 dedica-se ao estudo bíblico. E cita Timóteo 3:16: "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça". Filho de Antônio e Maria, conta que esteve em Portugal em agosto desse ano. "Passei por Setúbal, Beira Alta, Alto Alentejo, Cartaxo". Foram 30 dias proveitosos. Seu Cardoso não trouxe objetos e conta que em seu apartamento não conserva o hábito de acumular. Nem o galinho de Barcelos marca presença. "Não precisamos de ídolos". Dá valor a cultivares como a uva e seu produto, o vinho, e é fã de limonada. Independente e feliz pela autonomia diz que se sente saciado com a vida. "Fiz uma feijoada com chicória no sábado", alegra-se. (Walkiria Vieira/NOSSODIA)