Ricardo Souza Araújo, 36 anos, está há seis meses em Londrina. Veio para trabalhar na construção civil e está feliz. É de Xique-Xique, na Bahia. A falta de oportunidades e o fim do relacionamento contribuíram para que Araújo se encorajasse a adentrar na região Sul, muito distante de sua terra natal, mas essa não é primeira vez que parte do ninho em busca da sobrevivência. "Já morei no estado de São Paulo e em Minas. Uma hora a gente tá aqui, outra hora... mas aqui quero firmar, aqui é muito bom, bonito e acolhedor. Cita o Santuário de Shoenstatt, localizado no colégio Mãe de Deus, e faz uma pausa para fotografar o presépio montado para o Natal. "Eu vou ver meu filho Alifer no Natal. Ele ficou com o tio-avô, tem 14 anos. Dá saudade, mas aqui tenho independência, liberdade e quero refazer a vida. Vão ser dois dias de viagem e descanso dois por lá. Depois, tô de volta, renovado para o serviço." Araújo comenta que mora em uma república de trabalhadores na Vila Nova. "Daí eu pago uma lavadeira. Deixa a roupa mais bem cuidada, bota uma amaciante", conta. Das pessoas que sente falta, cita dona Maria Zélia, a mãe, já falecida. "Sempre me incentivou".(Walkiria Vieira/NOSSODIA)