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MESTRE DO TABULEIRO - Xadrez como inserção social

16 dez 2018 às 19:26

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Henrique Mecking, o Mequinho, chegou a ser ranqueado como o terceiro melhor do mundo, em 1977 - Ricardo Chicarelli
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O Torneio Aberto de Xadrez Rápido que movimentou Londrina no fim de semana uniu experiência e juventude, aprendizado e conhecimento na Arel (Associação Recreativa e Esportiva de Londrina). Integrante do evento "V Memorial Hercílio Ermel", a competição teve mais de 50 enxadristas de várias cidades paranaenses.
O Torneio contou com a participação especial do Grande Mestre Internacional Henrique Mecking, o Mequinho, 66 anos. Considerado o maior enxadrista brasileiro de todos os tempos, Mequinho já foi o terceiro melhor ranqueado do mundo pela Fide (Federação Internacional de Xadrez) em 1977 e proferiu uma palestra para convidados na sexta-feira (14) com o tema "O Xadrez e a sua vida".
Mequinho começou a jogar xadrez com quatro anos e apesar de ter que abandonar a modalidade durante alguns anos em razão de uma doença rara – miastenia grave -, conseguiu voltar a jogar em alto nível e conquistou diversos torneios internacionais. O enxadrista relatou que a fé o curou e defendeu a prática do xadrez como um instrumento para a inserção dos jovens na sociedade.
"O xadrez é um preventivo contra a criminalidade. Existem sites gratuitos onde se pode jogar xadrez 24 horas com pessoas do mundo inteiro, inclusive com grandes mestres. O xadrez é o exercício da mente e quem prática o xadrez amadurece mais rápido", frisou.
Além de Mequinho, outro grande nome no torneio foi o argentino Carlos Henrique Garcia Palermo, que já foi treinador da seleção da Itália. A chance de estar ao lado de jogadores famosos, motivou muitos jovens a participarem.
"A gente acaba aprendendo muito. Eles conseguem nos mostrar os erros e nos ensinam sobre as partidas. A troca de informações é muito boa", contou Wilson Roberto Coelho, 16 anos, de Arapongas. O adolescente começou a jogar há dois anos no colégio e tem planos grandes para 2019. "A minha meta é ir para os Jogos Escolares Brasileiros e conseguir uma bolsa para alguma faculdade", revelou o garoto que cursar Química Forense.
Um dos mais jovens a participar do torneio, Samuel Monteiro, 8, foi incentivado por familiares para começar a jogar e acabou pegando gosto pela modalidade. "No xadrez, mesmo quando você perde o jogo você acaba aprendendo. Cada partida é uma experiência a mais", afirmou.
Hercílio Ermel Jr., organizador do torneio e diretor de marketing da Fexpar (Federação de Xadrez do Paraná), admite que o xadrez ainda é uma modalidade elitizada e praticada em poucas escolas, na maioria particulares. Para mudar esta realidade, Ermel quer colocar em prática dois projetos no ano que vem para popularizar o jogo. "Queremos criar um centro de excelência e levar isso para a rede pública escolar, com um servidor para que todos possam jogar pela internet, além de levarmos material físico para as escolas", apontou. "E vamos fazer um campeonato municipal das três modalidades (pensado, rápido e relâmpago) em todas as faixas etárias, desde o sub-10 até o adulto, e a partir daí trabalhar forte em cima dos destaques para representar com uma equipe competitiva a cidade nas competições oficiais". (Lucio Flávio Cruz /Reportagem Local)


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