Em uma mesma noite, o Palmeiras se frustrou, sonhou e se orgulhou do que fez mesmo derrotado. Mas o pesadelo novamente tinha um nome: Benedetto. O homem da ducha de água fria. Nesta quarta-feira (31), no estádio Allianz Parque, em São Paulo, o time esteve perto de conseguir uma histórica virada sobre o Boca Juniors, pela Copa Libertadores, mas não saiu do empate por 2 a 2 e deu adeus à competição aplaudido pelos 40 mil torcedores. Os argentinos vão à decisão para enfrentar o maior rival: o River Plate.
O Palmeiras se preparou para ter uma noite de virada épica. A torcida fez festa para receber os jogadores, teve foguetório antes do início do jogo e torcedores que permaneceram de pé a maior parte do tempo. O ambiente foi montado para reverter a desvantagem de 2 a 0 e ir à final.
O jogo seria uma batalha contra o tempo, contra o nervosismo e contra o Boca. A angústia aumentou porque quando a torcida ainda gritava nos minutos iniciais, o time teve um gol anulado corretamente por impedimento pelo árbitro de vídeo. A explosão de felicidade momentânea deu lugar ao desânimo do choque de realidade.
A equipe continuava a precisar de no mínimo dois gols para levar aos pênaltis. Era ruim. Pois ficou pior. Logo depois, passou a precisar fazer quatro para se classificar. Aos 17 minutos, o Palmeiras errou na saída de bola e, com esperteza, o Boca Juniors encaixou um contra-ataque. Ábila concluiu e piorou o drama alviverde. O time da casa ficou desnorteado com o aumento da desvantagem.
O segundo tempo precisava ter quatro gols. O Palmeiras avançou o time no intervalo e incendiou o estádio ao conseguir virar a partida com Luan e Gustavo Gómez, aos 7 e 15 minutos. A torcida recuperou o otimismo, pois seriam no mínimo 30 minutos restantes para fazer mais dois gols.
A partida ficou mais emocionante, com o Boca Juniors encurralado e uma confiança no ar de que a classificação sonhada e épica viria. Mas o futebol e os times argentinos são traiçoeiros. Benedetto, de novo, entrou no jogo para, aos 25 minutos, empatar em 2 a 2. Passou a ser necessário para o Palmeiras fazer 5 a 2.
A missão se tornou impossível. O sonho acabou de forma honrosa, com aplausos e o reconhecimento de que não faltou empenho. Os palmeirenses vão lembrar de Benedetto um bom tempo.