O projetista Luiz Carlos Cunha de Oliveira, 43 anos, não imaginava que uma de suas brincadeiras preferidas pudesse virar, na maturidade, prazer e de quebra trazer retorno financeiro. Pois é, mas os fliperamas ganharam significado na sua rotina. Se no passado o menino corria do estágio para comprar fichas e jogar na galeria Vila Rica, bem no centro de Londrina, hoje é pelas redes sociais que sua clientela o encontra e encomenda o equipamento personalizado para se divertir em casa ou levar o portátil para onde quiser. "Fiz o primeiro em 2003 por curiosidade".
Ao todo, Oliveira conta que foi mais de uma ano para que a máquina ficasse pronta. "Eu já trabalhava e precisava pesquisar bastante - tinha mais o fim de semana livre para me empenhar". A espera pelo fim de semana tinha motivo e de tudo um pouco, era preciso saber. "Madeiramento, eletrônica, programação, sendo que naquela época a Internet era discada", recorda.
Com a criação finalizada, a euforia não passou despercebida. "Uma sensação muito boa de se sentir capaz e meus amigos faziam fila para jogar em casa. Era um monitor de tubo e com o tempo fui desmontando esse protótipo para novos exemplares, mas a lembrança é a melhor possível". A nostalgia é praticamente sinônimo do fliperama e o brilho nos olhos dos entusiastas supera o que vem dos jogos na tela. Mas foi diante da crise que nosso professor Pardal começou a olhar para o seu fliper de outro jeito quando, em 2016, ficou desempregado.
Foi nesse momento que Oliveira fez do ócio criação e teve então a ideia de vender fliperamas. Nesse curto período, sem investir em publicidade, já iniciou a fabricação de 30 peças. "De lá pra cá eu voltei a trabalhar como projetista, então assim como na época que me propus a fazer o primeiro, só tenho o fim de semana. O lucro é bem baixo, mas é algo que me dá muito prazer".
A freguesia vem de várias regiões do Paraná e até de outros estados. Segundo o fabricante, a encomenda vira um brinquedo para toda a família. "Já que personalizo, tem cliente que pede para fazer metade rosa, metade azul, com motivos a escolha. Já fiz metade Princesa, metade Mario Bros e assim alegra a filha e o filho".
Com 13 mil jogos instalados, o portátil é diversão garantida. "Controle arcade, bivolt, entrada HDMI", cita. "Não dá manutenção e entrego configurado". Entre os jogos, Golden Axe, Midnight Resistence, Street Fighter e Bomberman são citados pelo criador. "Passa pelos jogos de Atari, Super Nintendo, Neo Geo e Playstation I", acrescenta. Pai de Luiz Henrique de 23 anos, Ana Carolina, de 15 e Caio Leonardo, 15, Oliveira admite que quando criança era de desmontar relógios e até os próprios brinquedos.
"Sempre fui curioso e embora o primeiro fliperama fosse quadradão, meus amigos achavam que eu era um gênio por fazer em casa e que pudesse ser ligado, desligado e testado. Hoje a aparência é outra, esse tem acrílico, o software é legalizado e eu considero que evoluí", brinca.
Serviço
Para quem se interessar nas máquinas, pode acessar o site www.oficinaarcadegames.com.br ou contatar Luiz pelo telefone (43) 99922-9922