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Lucio Flávio

28 out 2018 às 21:12

Desvalorizado
O Campeonato Paranaense é um produto cada mais desvalorizado. Passa ano, entra ano e a competição não consegue empolgar ninguém. Clubes, jogadores, torcidas, empresários e patrocinadores. A cada ano mais clubes decidem entrar com times mistos, sub-20, sub-23. Até o Londrina já confirmou que terá um time cheio de garotos no ano que vem. A desvalorização do Paranaense se traduz fielmente em relação ao lado financeiro. Os clubes vão receber de cotas da TV o mesmo valor que em 2018. Coritiba e Paraná vão faturar R$ 600 mil, o LEC R$ 500 mil e os demais oito times ficam com R$ 375 mil. O Atlético, novamente, não assinou com a TV.

Mixaria
Os valores repassados aos clubes são insignificantes em comparação a outros Estaduais. Em valores brutos, o Paranaense paga menos que o Paulista, o Carioca, o Mineiro, o Gaúcho e o Catarinense. Estadual mais rico do país, o Paulistão pagará em cotas para cada um dos quatro grandes – Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos - mais de R$ 17 milhões. Um segundo grupo, formado por Ponte Preta e Guarani, recebe R$ 5 milhões cada. E todos os demais clubes do interior ganham R$ 3,5 milhões cada um. O Paulista ainda paga pela classificação final. O campeão, por exemplo, fatura mais R$ 5 milhões e o vice, R$ 1,65 milhão. A premiação vai até o 14º colocado, que recebe R$ 100 mil. O campeão do interior tem prêmio de R$ 360 mil e o vice, de R$ 100 mil.

Abismo
Diante desta diferença abismal financeiramente, não surpreende em nada a decisão do Londrina em "emprestar" o técnico Roberto Fonseca para dirigir o Novorizontino no Paulistão. O treinador vai ganhar mais do que o dobro do que recebe atualmente no LEC. A ida do treinador e de mais alguns jogadores de maiores salários no alviceleste é uma forma do clube também economizar durante as vacas magras do Paranaense para reservar recursos para o Brasileiro. A desvalorização cada vez maior do Paranaense é culpa dos clubes, dos seus dirigentes e dos homens que comandam o futebol estadual.


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