O policial militar Wagner da Silva Prado, da 4° CIPM, 35 anos, foi morto a tiros durante a noite deste sábado (17), em frente à uma padaria no Conjunto São Lourenço (região Sul). A suspeita é de que duas pessoas, ainda não identificadas, passaram em uma moto atirando, segundo informações repassadas pela PM. Agora, a Polícia Civil passa a investigar o caso. O corpo do policial, que seria liberado ainda no domingo (18) pela manhã, permaneceu no IML (Instituto Médico Legal) até às 16h, quando seguiria para o velório no Cemitério e Crematório Parque das Allamandas. No entanto, até às 17h, o corpo não havia chegado ao local, horário em que permaneceu a reportagem da FOLHA. O enterro está marcado para esta segunda-feira (19), às 11 horas, no Cemitério Parque das Alamandas.
Apesar das circunstâncias e da indignação da morte, o clima do velório, aparentemente, não era de tensão. No local, policiais militares, parentes e amigos. Alguns reclamavam da demora na liberação do corpo e sobre a insegurança na profissão da vítima. A família, que tem outros policiais militares, não quis falar sobre o ocorrido. A reportagem também esteve no local do crime, onde ainda há sinais do homicídio, como uma vidraça inteiramente trincada. A padaria funcionava normalmente durante o domingo (18), porém, um cartaz de aviso anunciava o fechamento para às 16h por motivo de luto. Segundo funcionários do local, o PM trabalhava como segurança particular há muitos anos e tinha amizade com todos. Ele era morador do centro da cidade.
A reportagem tentou contato com a Polícia Civil, mas, devido ao plantão de fim de semana, não obteve sucesso. A PM, por sua vez, não afirma qual teria sido a motivação do assassinato, como vingança por desavença pessoal ou execução criminosa. No local, a perícia encontrou muitos projéteis, mas também não foi revelado o calibre da arma usada para matar o PM, ainda que moradores tenham dito que achavam que se tratavam de tiros de metralhadora devido à quantidade de disparos sequenciais. A perita Larissa Richter, do IML, antecipou que o policial foi atingido, pelo menos, por 10 tiros, cujos disparos atingiram várias regiões, como cabeça, perna e tórax. Nomes de suspeitos estão sendo verificados pela P2 do 5° BPM e da 4° CIPM.
Outro PM foi
morto em 2016
Em janeiro de 2016, o PM Cristiano Bottino foi assassinado na zona norte de Londrina. No dia seguinte, ocorreram onze assassinatos, considerados como uma chacina, e outras quinze pessoas ficaram feridas, na qual a suspeita da onda de violência era de que havia relação com a morte do policial como forma de vingança por integrantes da corporação. O MP (Ministério Público) chegou a oferecer denúncia em janeiro deste ano e policiais foram afastados para serem investigados, contudo, nada foi comprovado e as autorias do crime não foram identificadas até hoje. No entanto, ainda existem 17 inquéritos em andamento num total de 1.500 páginas sobre o caso.
Cautela com especulações
O major Nelson Villa, comandante da 4ª Companhia Independente, destacamento da região norte onde Prado trabalhava, informou que "pelo o que as testemunhas disseram e como o fato se desenrolou, tudo indica que foi uma execução". "Os atiradores chegaram sem oferecer qualquer chance de reação e dispararam na covardia. Estamos agindo dentro da legalidade e atuando junto com a Polícia Civil para tentar encontrar quem cometeu este homicídio", comentou.
Conforme Villa, o soldado era querido por todos, uma pessoa honesta e assíduo no trabalho. "Ele gostava muito de participar das ações sociais que desenvolvíamos, principalmente com crianças. Era um cara do bem, que não fazia mal a ninguém. A polícia inteira está de luto, mas a resposta precisa ser dada o quanto antes." Depois que a notícia do assassinato do PM foi divulgada, alguns nomes de suspeitos começaram a circular pelas redes sociais, mas considerados não oficiais pela polícia.
Em comunicado oficial, o tenente Emerson Castro, porta-voz do 5º Batalhão, salientou que "todos os detalhes estão sendo verificados pelo setor de inteligência da PM". "Por enquanto, há muita especulação. Pedimos que informações falsas não sejam repassadas para não prejudicar as denúncias. Qualquer dado pertinente será repassado oficialmente", afirmou o tenente. (Marian Trigueiros/Grupo FOLHA/Colaborou Rafael Machado)