A "fábrica de talentos" do Fluminense em Xerém, no Rio de Janeiro, conta com um londrinense fechando o gol. É o goleiro Vinícius Garcia, 18 anos, que surgiu no futsal do Iate Clube de Londrina e hoje é um dos destaques da base tricolor.
O jogador se destacou nas quadras e é de lá que ele garante ter vindo a agilidade e velocidade de reação, tão importantes em sua posição. Mas logo trocou as quadras pelos campos e começou a treinar no Centro de Formação de Futebol 01, do ex-goleiro do São Paulo, Alencar. Dos 12 aos 14 anos, foi desenvolvendo novas técnicas por lá. "O Alencar sempre me ajudou, principalmente nesta transição do futsal para o campo. Me ajudou com as técnicas básicas, pegava bastante no pé, e isso foi muito importante para o meu desenvolvimento", apontou, em entrevista concedida durante suas férias em Londrina.
De lá, ele partiu para a escola do Londrina e logo foi puxado para a equipe Sub-15 do Tubarão, treinada pelo ex-lateral direito do clube, Cassiano. Foram quase dois anos na base alviceleste, até que surgiu uma peneira em Curitiba com observadores do Fluminense, Paraná e de dois clubes italianos. Eram cerca de 80 garotos na disputa. A dupla cidadania que possui despertou o interesse dos europeus, mas um convite dos representantes do Tricolor para ir passar três semanas em Xerém falou mais alto. Ele partiu para o Rio de Janeiro e treinou, treinou e treinou muito. O esforço foi recompensado. "O observador me chamou num canto. Na hora, achei que fosse para me dispensar, mas não. Era para me falar que gostou do meu trabalho, da minha desenvoltura ao longo das três semanas e que eu havia passado no teste", contou. Pronto, o sonho começava a se realizar. "Liguei para o meu pai na hora, era uma sexta-feira. Tive que voltar pra Londrina correndo para despedir dos amigos, pegar as coisas do colégio", completou. "Meu pai sempre me apoiou e me dizia que se aparecesse uma oportunidade de ir embora, por mais difícil que fosse ficar longe, sempre falou que abraçaria a ideia, tanto ele como minha mãe", disse.
Com dois meses de clube, Vinícius teve a oportunidade de treinar com a seleção sub-15, que se preparava para uma competição internacional. O técnico era o Carlos Amadeu, atual técnico da Sub-20, o que deixa o jogador animado para pensar em voltar a defender o Brasil.
Nos sonhos futuros estão, além da vaga na equipe principal, grandes conquistas com a camisa do Flu, como o Brasileirão e a Libertadores, para marcar o nome da história do clube. Para 2019, porém, ter uma sequência de jogos na equipe Sub-20 e ter a oportunidade de treinar com o time principal já o deixariam bastante feliz. Com a saída de Júlio César para o Grêmio, as chances aumentam, apesar da chegada de Agenor, ex-Guarani. "O Júlio César sempre me apoiou, me ajudou. O Fluminense conta com excelentes goleiros, mas sempre fica aquela expectativa de ter uma oportunidade no profissional", concluiu o goleiro, que tem contrato até o fim de 2019 com o Tricolor. (Thiago Mossini/Grupo Folha)