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FAVORITISMO CONFIRMADO - Bolsonaro é eleito o novo presidente do Brasil

Agência Estado
28 out 2018 às 23:02

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Bolsonaro, acompanhado da esposa Michelle, durante votação no Rio de Janeiro - Wilton Junior/Estadão Conteúdo
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Sem tempo de TV, candidato por um partido nanico e vítima de um atentado com faca no meio da campanha eleitoral. Nenhuma dessas adversidades foi capaz de impedir que Jair Bolsonaro (PSL) se elegesse o 38º presidente da República da história do Brasil neste domingo, 28.
Em seu sétimo mandato consecutivo, o deputado federal bateu Fernando Haddad por uma margem de 55,7% dos votos com 92% das urnas apuradas. A vitória quebra a hegemonia de vitórias do PT e PSDB nas urnas, partidos que desde 1994 dominavam as eleições para o Palácio do Planalto.
Com 13 candidatos, a campanha deste ano começou com uma pulverização dos votos, mas as pesquisas mantinham Bolsonaro à frente nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado pela Lava Jato em Curitiba.
Após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que negou o registro da candidatura do líder petista, Bolsonaro assumiu a primeira posição corrida presidencial. Os escassos oito segundos de tempo de televisão não foram um problema para o deputado. Nem mesmo os ataques constantes de Geraldo Alckmin (PSDB) por meio de seus mais de cinco minutos de propagandas na TV conseguiram atingir a estratégia bem planejada do capitão reformado na internet. Bolsonaro liderou as intenções de voto de ponta a ponta.
Sua campanha presidencial - que contou com um tempo mais curto de propaganda eleitoral em 2018 - se transformou completamente após o atentado sofrido em Juiz de Fora, no dia 6 de setembro. Ferido por uma facada de Adélio Bispo de Oliveira, Bolsonaro passou por duas cirurgias e ficou três semanas internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Na Unidade de Tratamento Intensivo, no entanto, continuou usando sua principal arma de campanha: as redes sociais. Sem poder promover atos de campanha na rua, gravou vídeos, postou fotos e não interrompeu a bem sucedida estratégia online de campanha.
Deixar de comparecer aos debates na televisão também não gerou efeitos negativos. Ao contrário, o presidente eleito evitou desgastes das discussões com adversários e assistiu seu índice de intenções de votos subir a cada pesquisa eleitoral. Com 46,03% dos votos válidos, quase venceu a eleição no primeiro turno.

TRAJETÓRIA E POLÊMICAS
Nascido na cidade de Glicério, município do interior de São Paulo com 4,8 mil habitantes, Bolsonaro tem seis irmãos e é filho de Olinda Bonturi e Percy Geraldo Bolsonaro. O nome de batismo Jair é uma homenagem ao jogador Jair da Rosa Pinto, meia que atuou pelo Palmeiras e pela seleção brasileira nos anos 50.
O presidente eleito entrou na carreira militar ao passar no concurso da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ), no ano de 1974, com 19 anos. Depois da formação como oficial, Bolsonaro fez o curso de paraquedismo militar e deixou a Academia.
Depois de Fernando Collor ser eleito na eleição de 1989, a primeira presidencial com voto direto depois da ditadura militar, os eleitores voltaram às urnas em 1990 para escolher os parlamentares e governadores. Entre os 514 deputados, Jair Bolsonaro foi eleito - ainda pelo PDC - com 67.041 votos, pelo Rio de Janeiro.
As primeiras polêmicas do candidato começaram ainda no seu primeiro mandato. Em discurso no dia 24 de junho de 1993, o político defendeu a volta de um regime de exceção com tempo determinado e o fechamento do poder legislativo. Em 1998, Bolsonaro defendeu que os sequestradores do empresário Abílio Diniz, presos e condenados no Brasil, deveriam ser torturados antes de sofrer pena de morte.
Em 2016, o presidente eleito voltou a ser o centro de uma polêmica. Ao declarar o voto a favor do afastamento de Dilma, o então deputado homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador na ditadura reconhecido pela Justiça. A fala gerou repercussões contrárias da Associação de Juízes pela Democracia, de partidos como Rede e Psol, e do Instituto Vladimir Herzog. Da polêmica fala até as eleições de 2018, a popularidade de Bolsonaro só aumentou. A confirmação de que seria candidato só veio em 2016, mas em 2014 Bolsonaro já dizia que seria o "candidato da direita em 2018".

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