Notícias

Famoso andarilho de Londrina diz que ainda sente saudades da rua

28 nov 2018 às 18:53

Em uma casa de recuperação na avenida Portugal, próximo à rotatória das avenidas Inglaterra e Duque de Caxias, João Almeida está varrendo o quintal e recolhendo as sujeiras, além de fazer serviços de marcenaria. Se alguém o reconhece, logo cumprimenta o cidadão, que responde com o "sinal do Ronaldinho", que também virou marca registrada de João Almeida, mais conhecido como "Bacaninha".
O personagem da rua londrinense viveu muitos anos na esquina da avenida Dez de Dezembro com a rua Tremembés. Diz que veio de Pernambuco, de bicicleta, junto com o irmão, para rever parentes. O irmão faleceu e ele resolveu ficar no local, onde se tornou andarilho. Por ali, viveu por muitos anos e falava que queria morrer e ser enterrado no local. "Sinto muitas saudades de lá (avenida Dez de Dezembro). Todo mundo de Ibiporã vindo pra cá me conhece", garantiu. Muitos deles, aliás, pensam que o Bacana foi para o beleléu. "Tem gente que acha que eu morri. Mas tô vivinho", brinca.
Depois dali, Bacaninha revelou que foi levado para uma casa de repouso no Jardim Adriana, próximo onde está hoje, onde ficou por dois anos. De lá, ele conta que foi levado para uma estadia em Joinville-SC. "Quiseram me levar para lá. Fiquei um ano e agora pedi para voltar". Por ser uma chácara, Bacaninha revela que o contato com os animais lhe fez bem. "Também cuidava das plantas, tudo com muito cuidado. Fiquei um ano sem beber", valorizou.
Na volta pra casa, veio nas malas também o vício em álcool. "Quando a gente tem dinheiro, toma um pouquinho. Mas bebo menos do que quando estava lá (na Dez de Dezembro). Pelo menos eu não minto falando que (o dinheiro) é para comer, mas comer a gente come aqui (na casa). A gente tenta parar (de beber), mas é difícil", observou mostrando as mãos trêmulas.
Aos 58 anos, segundo suas contas, Bacaninha já mudou de planos: entendeu que a rua não é o melhor dos lugares para se viver e busca na casa de recuperação uma ocupação. "Meu bacana, ainda quero ver se me aposento ganhando um dinheirinho. Tudo o que eu queria agora". (Edson Neves/NOSSODIA)


Continue lendo