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Falta conscientização

Ex-lixões em situações diferentes

Edson Neves
NOSSODIA
25 nov 2018 às 21:07

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- Edson Neves
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Que Londrina possui incontáveis áreas onde o lixo é jogado de forma irregular, não é novidade. Em duas delas, no início do mês, foram instaladas placas indicando que descartar lixo é proibido, além de contar com o número de telefones dos órgãos de fiscalização.
O NOSSODIA foi até esses lugares trocar uma ideia com a população para saber se alguma coisa mudou. Vale lembrar que além da colocação de placas, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) deu um talento e deixou a área limpinha.
Na rua das Ameixeiras, no jardim Marabá, zona leste, o fundo de vale existente já foi um lixão a céu aberto. "É uma novela", resumiu Vera Lucia Maria Carlos, coordenadora administrativa do Centro Espírita Irmã Scheilla, que fica em frente ao terreno. Segundo ela, a luta por melhorias vem acontecendo nos últimos três anos. "Quando foi limpo em 2015, a gente buscou conscientizar a população, revitalizamos uma parte e depois não conseguimos apoio privado para o resto. Aí a coisa desandou, não conseguimos fazer a manutenção e começaram a jogar lixo novamente", revelou Vera.
Só que para a coordenadora, o buraco é bem mais embaixo. "Além da falta de educação ambiental, existem poucos locais para o descarte de entulhos e outros objetos. A pessoa de baixa renda daqui não tem dinheiro para pagar frete ou um carroceiro para descartar no Jardim Califórnia (no PEV - Ponto de Entrega Voluntária) e vai jogar no primeiro fundo de vale que encontrar. Não adianta tampar o sol com a peneira. A gente precisa resolver onde pode descartar as coisas, mas também é necessário orientação", opinou.


Já no Luiz de Sá, não deu nem tempo de comemorar <br>a limpeza e já encheram de lixo de novo
Já no Luiz de Sá, não deu nem tempo de comemorar
a limpeza e já encheram de lixo de novo


Dias depois da limpeza, segundo ela no dia 26 de outubro, um sofá apareceu jogado no raiar do dia. Vera disse então que o móvel foi retirado de lá rapidinho para que não abrisse margem para nova bagunça. "Juntamos dinheiro e pagamos alguém para descartar corretamente". E até o momento, segundo a população, ninguém mais ousou fazer aquela sujeirinha. "Por enquanto não jogaram mais nada. Antes a coisa tava feia, e vinham limpar bem de vez em quando. Vamos ver como vai ser daqui uns dias", resumiu Seu Salvador, que é dono de um bar próximo ao terreno
Já na região norte, o local sinalizado como proibido ter lixo, que fica na rua Francisco de Assis Ruiz, na divisa entre os conjuntos Luiz de Sá e Aquiles Stenghel, adivinhe: continua sendo um dos pontos preferidos de entulho, material reciclável, lixo de banheiro e pedaços de madeira e vidro "Mesmo com placas, o pessoal não respeita. Antes dava vergonha disso aqui, agora melhorou, mas ainda não cuidam", lamentou a cozinheira Ivanilde Barbosa Loução. Ela ainda revelou que a quantidade de lixo era tão grande, que chegava a bloquear um dos sentidos da rua. "Passava do limite do terreno e ficava na rua. Tinha vezes que não passavam dois carros ao mesmo tempo", denunciou. Um casal que também passava pelo local confirmou a história apresentada por Ivanilde.
"Já vimos o ônibus ter que dar a volta pela rua de trás, porque não tinha espaço para passar por aqui", apontam. A gente mora há 30 anos no mesmo lugar. Desde o começo foi assim. O brasileiro tem uma mente que não dá para entender. Sabe que não pode (jogar lixo) e mesmo assim joga. Agora, se não ficar no pé, vai voltar do jeito que era antes", garantiram os dois, que não quiseram se identificar.

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Outros locais
A CMTU informou os próximos locais que receberão a limpeza e a instalação de placas proibindo o descarte de lixo no local. Serão as áreas da rua Orlando Vicentini, no conjunto Farid Libos, e na estrada velha do distrito da Warta, na continuidade da rua Joubert de Carvalho, ambos na zona norte.
Segundo o Código de Posturas do Município, Lei n° 11.468/2011, jogar lixo em terrenos públicos e particulares pode render multa de até R$ 3 mil. Já se o caso for enquadrado como crime ambiental pelas autoridades competentes, o infrator pode ser autuado em até R$ 50 milhões. (E.N)


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