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ELEIÇÕES - #EleNão

30 set 2018 às 18:48

Programado para ocorrer em várias cidades do País neste sábado (29), o ato majoritariamente feminino contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) também foi realizado em Londrina. A concentração foi em frente ao Teatro Ouro Verde e, antes do início, quase duas mil pessoas haviam confirmado a presença na página do evento em uma rede social.
A manifestação foi marcada pela diversidade de cores em camisetas, cartazes e bandeiras, entretanto algumas manifestantes se programaram para vestir roxo, como a estudante de Serviço Social Giovana Miranda. "Foi escolhida a cor roxa porque não é de partido nenhum para que haja uma neutralidade de manifestação", explica.
A pauta de reivindicações abordou tanto posicionamentos do ponto de vista moral do candidato quanto a sua forma de votar no Congresso Nacional durante os seus mandatos como deputado federal. Além disso, pautas locais foram trazidas, como a recente aprovação na Câmara Municipal de Londrina do Projeto de Emenda à Lei Orgânica Municipal que proíbe atividades pedagógicas que concordem com teorias e estudos de gênero.
A professora universitária Marcele de Carvalho considera "totalitária" a mais recente declaração do candidato, de que não aceitaria qualquer resultado nas urnas diferente do que a própria eleição. "Nós não podemos aceitar este tipo de candidato que não aceita processos democráticos, esse é um grande problema", avalia.
A educadora e uma das organizadoras da Parada LGBTI de Londrina, Poliana Santos, avalia que, ao mesmo tempo em que Londrina tem um "histórico conservador" na política, a cidade é referência na luta pelos direitos das mulheres.
"Nós também não podemos fazer com que isso apague o movimento de resistência. Nós temos um movimento cultural de resistência na cidade, movimentos sociais que são referência para o Brasil inteiro inclusive a Frente Feminista ela faz um trabalho concomitantemente ao o que está acontecendo no mundo", afirma.
Esta é a opinião também da decoradora Joice Xavier, que participou pelo menos do início da manifestação e afirma estar preocupada com as ideias do candidato.
"Eu acho que aqui [em Londrina] o pessoal é mais direita, mas, independentemente, a preocupação [dos eleitores] é o crescimento da violência. Não acho legal e parece que esta pessoa [candidato], desde que ela apareceu no cenário não me transparece confiança. Não consigo entender por que as pessoas estão do lado dele", afirma.
O administrador de empresas Bruno Porte de Almeida estava passando pelo calçadão de Londrina e garantiu que não iria participar. O jovem acredita que o momento político que passa o País é crítico e vê com cautela posicionamentos dos dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto.
"Não sou a favor nem contra, não que eu queira ficar em cima do muro. Eu acho que elas [manifestantes] têm razão, mas eu acho que algumas ideias do lado da esquerda, do comunismo, não cabem ao nosso País nesse momento. Esse é o lado negativo e tem todo o histórico de corrupção do PT. Mas eu apoio também algumas ideias do Bolsonaro. Ele expressa mal a ideologia dele, é de se desconfiar, por isso entendo a manifestação delas", afirma.
Em seguida, um cortejo seguiu para a Concha Acústica de Londrina. (Vítor Struck/Grupo Folha)


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