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Novembro azul

Cresce uso de robôs para tratamento de câncer de próstata

Mikaela Orikasa
Grupo FOLHA
28 out 2018 às 22:08

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Aos poucos, o Brasil abre caminhos para a entrada de robôs nos centros cirúrgicos, especialmente para tratamentos na área da urologia. A tecnologia - que atende aos comandos do cirurgião "emprestando" movimentos mais precisos e uma visão ampliada e tridimensional - já é, por exemplo, a melhor opção para os pacientes com câncer de próstata. O tumor é o segundo mais incidente nos homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. A estimativa do Inca (Instituto Nacional de Câncer) é de 68.220 novos casos somente em 2018.

De acordo com o urologista em Londrina, Ricardo Brandina, nenhuma outra técnica consegue alcançar a precisão da cirurgia robótica nos procedimentos de remoção da próstata, indicados para tumores com maior risco de progressão ou metástase. "O robô ‘filtra’ o tremor do cirurgião e nos dá uma imagem em alta definição, o que nos permite remover a próstata preservando a uretra do paciente. Isso resulta em um menor índice de incontinência urinária e maior chance de ereção normal", afirma.

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Brandina retornou recentemente dos Estados Unidos, onde fez clinical fellowship em Cirurgia Robótica na Universidade do Sul da Califórnia, durante um ano. Naquele país, 90% das cirurgias dentro dessa especialidade são feitas com robôs. Nos próximos dias, o Hospital do Coração de Londrina receberá um simulador robótico "da Vinci" que servirá para o treinamento de médicos no centro cirúrgico. "Pois, ao contrário do que muitos pensam, o robô não atua sozinho. Os movimentos são operados pelo cirurgião através de um console", comenta.

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No Brasil, a cirurgia com robôs começou há uma década e atualmente existem cerca de 40 unidades robóticas nos hospitais brasileiros. "Ao invés de cortes, são feitas pequenas incisões, o que reduz a dor, o sangramento e acelera a recuperação. Dessa forma, o paciente consegue retomar o quanto antes as atividade diárias", diz o especialista.

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Nos procedimentos laparoscópicos, ele cita ainda, dentre os benefícios, a amplitude de movimentos da pinça que tradicionalmente são retos. "Com o robô a manobra é articulada, ou seja, nos permite trabalhar com mais facilidade", completa. Além da urologia, o uso desta tecnologia também é indicado em cirurgias do aparelho digestivo, torácica, ginecológica, cardíaca, de otorrino, entre outros.


PIONEIRISMO
Londrina sempre atraiu olhares de equipes médicas de todo o País e até de diversas partes do mundo, pelas técnicas e modelos de serviços aplicados aqui na urologia. Parte dessa história foi a realização do primeiro transplante de rim do Paraná e o segundo no interior do País, em 1973, no HU (Hospital Universitário) de Londrina. O procedimento reuniu uma equipe de 25 profissionais sob o comando do urologista Lauro Brandina, que faleceu em maio de 2015. "Esse feito impulsionou a cidade. Lembro que meu pai recebia cartas de universidades de fora do Brasil, pedindo fotos e informações", recorda Ricardo Brandina.


Na próxima semana, ele integrará o time de profissionais que irão palestrar sobre o cenário da cirurgia robótica durante o Simpósio de Urologia - novas tecnologias para o tratamento do câncer de próstata, em Londrina. No dia 6 de novembro, a partir das 19h, o médico André Berger, da Universidade de Southern Califórnia, falará sobre a realidade da cirurgia com robô nos Estados Unidos; e Gustavo Guimarães, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, apresentará o mesmo panorama no Brasil.

Brandina palestrará sobre o pioneirismo de Londrina na área. "Nossa cidade sempre foi pioneira, desde a era do transplante e depois na época de laparoscopia pura. Será uma oportunidade das pessoas conhecerem todos esses trabalhos", comenta. O simpósio é promovido pelo Hospital do Coração de Londrina e aberto ao público, com entrada gratuita mediante inscrição através do e-mail [email protected].
No dia 18 de novembro, o Hospital do Câncer de Londrina em parceria com o Londrina Esporte Clube promovem a Lec Run, com largada às 8h, no Estádio do Café. Mais informações no www.lecrun.com.br.


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