A julgar pelo discurso dos entrevistados, a ordem é poupar. O consumo consciente está na ponta da língua do freguês e nem a Black Friday faz isso mudar. NOSSODIA foi de porta em porta, de cliente em cliente e maioria afirma que pretende segurar o dinheiro – material escolar e impostos são os donos do dim-dim nesta época do ano, contam. Vitrines coloridas, splashs em três dimensões e até o piscar das luzes de Natal. Muitos são os esforços do comércio para efetivar a venda. Mas as iscas nem sempre rendem frutos. A Técnica em Informática Natasha de Barros, 34 anos, admite que não se rende – principalmente nos dias atuais. Pelo preço que for, nem a geladeira top a faz cair em tentação. "Pode até vir rebolando atrás de mim que não me pega", frisa. Sobre os planos para o 13º salário, adianta: "Vai ficar tudo guardadinho. Primeiro que antes de fechar uma compra, já sou de pesquisar e ir atrás e percebo que o começo do ano tem mais oportunidades do que agora. Depois, porque começo de ano tem uniforme, material, calçados e não dá para esquecer desses compromissos". A supervisora administrativa Danielle Mota, 36 anos, é do time das que economizam também e pretende guardar dinheiro para fazer uma viagem em família. "Estamos pensando em viajar e consideramos que janeiro seja mais interessante. Ainda assim, não tem nada certo", diz. Sobre as promoções que já começaram e as ofertas para abocanhar o 13º, Danielle é firme: "Nem eu, nem as pessoas de meu círculo ficam na expectativa para as promoções." Já a estudante de Psicologia Meiri de Oliveira, 24 anos, admite que acaba de realizar um sonho de consumo. "Comprei uma batedeira planetária. Custava quase R$500 e paguei R$249 em uma loja de departamentos. Fiz um bom negócio, mas agora chega". Meiri trabalha como saladeira e confeiteira em um restaurante em um shopping center e vive cercada de oportunidades de compra. "Eu financiei um apartamento, quero entrar com ele bem bonito e há um ano sei que evoluí muito nesse sentido. Eu gastava todo o salário em três dias e percebi que meu trabalho e meus esforços valem mais. Graças a Deus aprendi porque eu sei, eu era compulsiva". (W.V.)