Londrinenses se reuniram na rotatória da avenida Higienópolis com a JK para comemorar a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) neste domingo (28). Vestindo camisas verdes e amarelas, muitos com o rosto do presidente eleito e com bandeiras, os bolsonaristas buzinaram e soltaram rojões e fogos de artifício. Alguns faziam gestos de armas com as mãos e gritavam "a nossa bandeira jamais será vermelha". Segundo a Polícia Militar, 3.000 pessoas estavam aglomeradas nas avenidas logo após o resultado.
Com um carro de som, os apoiadores acompanharam a apuração por meio de uma rádio. Quem puxava o coro era o vereador e deputado federal eleito, Filipe Barros (PSL). Antes das 19h, Barros chegou a afirmar que caso Bolsonaro não vencesse, as eleições estariam fraudadas. Depois de confirmada a vitória do capitão da reserva, o vereador disse que "não teve fraude por conta da pressão popular".
Barros acrescentou ainda que "Bolsonaro tem conseguido mesmo antes do resultado algo inédito no Brasil, que é unificar o povo brasileiro". Segundo o vereador, o PT dividiu a população entre ricos e pobres, heterossexuais e homossexuais e brancos e negros.
A operadora de caixa Fernanda Kelly dos Santos festejou a vitória de seu candidato e justificou seu voto baseada no argumento de que o PT teria "dado coisas para os pobres, mas roubado". "Querendo ou não, eles não ajudaram só os pobres, eles ajudaram mais a classe alta. Acho que o Bolsonaro vai ajudar mais os pobres do que falam que o PT ajudou", opinou. Santos não acredita nas falas de Bolsonaro disponibilizadas nas mídias com relação aos homossexuais e negros. "Procurei a fundo saber o que era antes de decidir meu voto", afirmou.
Tales Santos aproveitou a festa para vender chapéus e bandeiras do Brasil. Segundo o vendedor, nem na Copa do Mundo vendeu tanto. "Melhor votar na incerteza do que na certeza. Eu tenho certeza que o PT é corrupto", expôs.
O vendedor Mateus Magalhães defendeu a mudança na legislação da posse de arma e da redução da maioridade penal enquanto celebrava a vitória. "Na roça não pega sinal, uma vez meu avô foi roubado e tivemos que subir no alto do morro para ligar para a polícia. Quando a polícia chegou o cara foi embora. Ninguém atirou e ninguém morreu, mas imagina se esse cara mata alguém e a gente não tem uma arma para se defender", explicou.
Já o economista Emerson Baptista disse que votou no capitão "pelas propostas dele, pela mudança". Questionado de quais propostas, ele replicou: "contra a ideologia de gênero, contra o aborto, a favor da família". Para Baptista, a primeira coisa que o militar tem de fazer é por ordem no País. "Diminuir a criminalidade, ajudar a economia, arrumar tudo isso que está bagunçado, que ficou 13 anos abandonado. Principalmente na área de segurança", concluiu.
O corretor de seguros Renato de Toledo não soube dizer projetos que apoia do Bolsonaro. Para ele, "no momento, o que ele fizer está bom, desde que tire o PT".