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Retrato dedo-duro

Com a ajuda da tecnologia, suspeitos ajudam Polícia Civil nas investigações

Edson Neves
NOSSODIA
11 nov 2018 às 21:30

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A sistema Horus, utilizado para fazer os retratos, tem em seu banco de dados uma variedade enorme de tipos de rostos, narizes, olhos e bocas - Edson Neves
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Como descrever por meio de relatos de outras pessoas alguém que você nunca viu e ainda assim deixar o mais próximo da realidade? O trabalho de quem faz retratos falados precisa de muita atenção e paciência. Em Londrina, o serviço é feito em uma pequena sala na sede da 10ª SDP.
Antigamente, a tarefa era mais complicada, apenas no papel e lápis e por quem "manjava" desenhar. Hoje, a coisa é um pouco diferente. Desde 2010 no Paraná e 2015 em Londrina, a Polícia Civil tem a tecnologia para facilitar esse trampo: o sistema Horus, que tem em seu banco de dados uma variedade enorme de tipos de rosto (quase 900), nariz e olho (mais de mil cada) e boca (mais de 400).

As demandas vêm de acordo com os delegados, que analisam os casos e decidem se é necessário a produção do retrato falado para as investigações. "É enviado um ofício pelo delegado e nós entramos em contato com a vítima para o agendamento do retrato", resumiu a papiloscopista Camila Albuquerque, que é a profissional responsável pelos retratos falados feitos em Londrina e região. Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes), Delegacia da Mulher e o setor de furtos e roubos são os que mais pedem o documento, segundo ela.

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Na elaboração do retrato, a vítima informa se o suspeito é homem ou mulher e escolhe entre cinco raças: branca, negra, parda, indígena ou asiática. Depois é escolhido o formato do rosto, olhos, nariz e boca, nesta sequência e tudo conforme descreve a vítima. Formado um rosto com esses itens, o retrato é passado para o Photoshop para dar aquele "talento", afinando os traços, alterando ou adicionando detalhes como acessórios e até mesmo cicatrizes ou tatuagens. "A maioria das vítimas já vêm convictas de como descrever o suspeito. Mesmo assim, a gente faz vários tipos de rostos, fazendo uma seleção até chegar no ideal", explicou Camila, informando que todo o processo chega a durar de duas a três horas. No fim, a vítima também avalia, de 0% a 100%, o grau de semelhança do retrato.

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Finalizada a descrição do suspeito e antes de enviar o arquivo para a delegacia responsável, Camila ainda faz um relatório com o depoimento da vítima e de todas as ações que foram feitas para a criação do retrato, até a inclusão de dados que vão da altura e se o suspeito tem sotaque. Tudo isso pode ajudar na investigação. A papiloscopista declarou que um detido já chegou a brincar sobre a semelhança. "Ele tinha uma sobrancelha grossa e reta, da forma que a vítima descreveu. Quando ele foi preso e viu o retrato falado, deu risada e disse: ‘é, pior que eu ‘tô’ igualzinho mesmo’".

Mais de 100 retratos desde 2015
A papiloscopista Camila Albuquerque estima que de 2015 para cá, foram feitos pouco mais de 100 retratos falados. Neste ano, de janeiro até agora, foram 18. "É uma demanda específica. Tudo depende da interpretação do delegado depois de feito o boletim de ocorrência. O importante é fazer bem feito e auxiliar no inquérito. Todos os casos que fiz, deram bons resultados de semelhança e ajudaram na busca dos suspeitos", comemorou.
A expectativa da profissional é que nos próximos anos o banco de dados do Horus possa ser unificado. "Hoje, cada Estado tem o seu. Se todo o país tiver acesso ao mesmo banco de imagens, crimes mais complexos poderão ser solucionados", finalizou.


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