Reclamação é que Central de Regulação Médica tem instalações ruins e insalubres, prejudicando o desempenho das atividades; construção da nova sede não deve ficar pronta antes de 2020
Prevista no PPA (Plano Plurianual) do Município de 2014, a construção da nova sede do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em Londrina não deve ficar pronta antes de 2020. Em julho deste ano, o secretário estadual de Saúde, Antônio Carlos Nardi, anunciou a assinatura do convênio para execução do projeto, no qual serão investidos cerca de R$ 4,7 milhões. Mas a obra, prevista para durar 15 meses, ainda não tem data para ser iniciada. Enquanto isso, a Central de Regulação Médica do serviço segue funcionando em uma sede adaptada e funcionários reclamam da qualidade das instalações, o que prejudica o desempenho das atividades.
A Central de Regulação do Samu funcionava na rua Maranhão e foi transferida recentemente para a alameda Manoel Ribas. Sob a condição de anonimato, um deles relatou à reportagem as dificuldades enfrentadas.
Mesas e cadeiras inadequadas, ambientes abafados pela falta de ar-condicionado e local de descanso insalubre estão entre as queixas. "São apenas quatro camas e os colchões são imundos. A sala de descanso também é abafada, com umidade e mau cheiro."
Segurança é outra preocupação. "O prédio é totalmente aberto. Sem segurança nenhuma de dia. À noite tem um guarda patrimonial. Estamos em uma área de risco. Também não tem estacionamento", reclamou.
Apesar das más condições de trabalho, um funcionário disse que o município teria sinalizado a suspensão do pagamento do adicional de insalubridade aos técnicos em gestão pública que atuam naquela unidade por não terem contato com o público. "São cerca de R$ 210 por mês que fazem falta."
Garagem das ambulâncias
Na garagem das ambulâncias (zona leste), os problemas também se acumulam. Um servidor alocado naquele prédio relata a precariedade da estrutura. Por período, a base conta com aproximadamente 30 servidores. "Na ala feminina, o alojamento é extremamente pequeno. Um local totalmente insalubre. Há um único banheiro para as mulheres, mas há períodos em que o número de funcionárias é grande e a estrutura não comporta", reclamou. "Os colchões estão rasgados e uma parte das servidoras descansa no chão entre uma ocorrência e outra. E os aparelhos de ar-condicionado dos alojamentos foram consertados graças a uma ‘vaquinha’ feita entre os funcionários."
No quarto destinado aos médicos, a situação é mais crítica porque não tem banheiro. O refeitório funciona também como almoxarifado e no local são estocados materiais de limpeza. "É totalmente inadequado. Os armários estão todos enferrujados e o piso, quebrado". A cozinha não dispõe de compartimentos para guardar os utensílios, que são acondicionados em uma geladeira nova que está desligada.
Por fim, na falta de um local adequado para a lavagem das ambulâncias, o serviço é feito no pátio. Resíduos como sangue, urina, fezes e vômito escorrem junto com a água e se depositam em uma área onde todos circulam. (Simoni Saris/Grupo Folha)