Na surdina e de modo planejado. Assim agem as pessoas que tem usado os cemitérios da cidade para deixar de lado animais que julgam não ter mais importância em suas rotinas. No Cemitério Jardim da Saudade, região norte de Londrina, é comum encontrar animais perambulando pelos túmulos, como conta Luís Mariano, 53 anos, que atua há 20 como pedreiro particular no local.
Ele aponta que não é de hoje que isso acontece e conta um caso específico. "A cachorra chegou a dar cria aqui dentro e é muito agressiva." Segundo Mariano, a fêmea chegou há cerca de três anos. "Já foi pior e mais arredia. Com o tempo se socializou com um ou outro, mas já chegou a avançar nos visitantes".
O pedreiro comenta que sua aparência é de chow-chow, aquele peludão de língua azul. "Deu cinco filhotes, dois morreram e quando a gente vê já chegou, já nasceu e já morreu". No cemitério São Pedro, no centro de Londrina, são os gatos que engrossam a fila do abandono e, de acordo com os servidores que atuam na área destinada a sepultamentos e visitações, o aumento populacional é parte da rotina do espaço, mas não há como controlarem as ocorrências porque é uma ação planejada.
No acesso pela rua Alagoas, é possível ver potes com água e ração para os gatos, ato de voluntários. "Todos os voluntários de Ongs tentam fazer o resgate dos gatos, mas eles fogem. Dão muito trabalho", disseram os servidores que tiveram a identidade preservada.
SERVIÇO
Neste sábado, a ONG Amigo Bicho estará na loja Cobasi, das 10h às 17h com cães e gatos para doação responsável.