O projeto do Banco de Ração foi sancionado no final de outubro com a ideia de receber doações de ração animal e distribuir para entidades e pessoas que trabalham na causa animal. No entanto, depois de mais de um mês regulamentado, o decreto não está funcionando na prática.
Até agora, nenhuma associação ou protetora independente recebeu a ajuda prevista no decreto. "Não recebi nenhuma informação. A gente segue aguardando, porque a ADA Londrina (Associação Defensora dos Animais de Londrina) não recebeu um grão de ração sequer. É um processo que está bem cru", revelou a fundadora da Associação, Anne Moraes. "Foi feito (a regulamentação) mais como um efeito de cala-boca, para mostrar que foi feito alguma coisa, mas infelizmente não sai do papel. Eu não tenho mais dinheiro para comprar ração", confessou.
Também protetora, Alessandra Costa também criticou a demora para se implantar o projeto de vez. "Não adianta nada sancionar, chamar a gente para a solenidade, e não sair do papel. Tudo esbarra no Executivo. Daqui uns dias a Prefeitura entra de férias, então só deve ficar para o ano que vem. Se tivesse o Banco, a gente não precisaria estar se humilhando nas redes sociais para pedir ração. Sinceramente, já perdi as esperanças", lamentou.
Advogada e voluntária da ADA, Bruna Zandoná comenta que participou da solenidade e que desde então, a coisa vem andando a passos de tartaruga. "Isso já estava para assinar há muito tempo, desde o meio do ano. Foi aproveitado a oportunidade de assinatura de outras coisas relacionadas à causa, e fizeram essa regulamentação. Não se trata exatamente do Município fazer o que deveria e, sim, de uma parceria com empresários.
O chamamento das empresas, nem o cadastro das instituições, nada disso aconteceu ainda".
Sem o Banco de Ração, comerciantes acabam se desdobrando para garantir comida aos milhares de animais resgatados, como revela Adriana Freitas, que possui um Pet Shop no Shopping Com-Tour. "Damos desconto nas compras de rações e medicamentos. Também conseguimos doações diretamente das fábricas, como amostra de produtos ou pequenas avarias. O Banco de Ração faria com que as protetoras pudessem ficar tranquilas com o essencial, que é o alimento, e focassem o gasto com outras coisas que não deixam de ser importantes", disse Adriana. Segundo ela, o seu Pet Shop atende a aproximadamente sete protetoras, em que ela diz saber que abraçam a causa animal.