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AVANÇO IMPORTANTE - Tratamento de paralisia cerebral se torna referência em Londrina

21 out 2018 às 18:57

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CNo mês em que a paralisia cerebral - deficiência física mais comum na infância - ganha um movimento mundial para conscientização e sensibilização, médicos comemoram os avanços nos tratamentos ofertados em Londrina. A cidade passou a ser referência no País nos atendimentos às crianças com paralisia cerebral, ao lado de centros especializados instalados em São Paulo e em Brasília.
Em todo o mundo, cerca de 17 milhões de pessoas têm essa deficiência física que afeta o movimento e a postura, em diferentes níveis e tipos motores. Os indivíduos também podem apresentar distúrbios associados, como epilepsia, desordem no sono e distúrbio de comportamento. Isso explica porque o diagnóstico é amplo e o tratamento exige uma seleção criteriosa e uma equipe multidisciplinar, envolvendo neurologistas, ortopedistas, fisioterapeutas etc.
"O foco na reabilitação é para colocar essa criança na sociedade, tentando atingir o máximo de sua potencialidade, seja como uma pessoa produtiva ou um indivíduo que tenha uma boa qualidade de vida", comenta o ortopedista, Alessandro Melanda. Ele integra a equipe da Clínica de Espasticidade, inaugurada há um ano no Hospital do Coração Bela Suíça, com o objetivo de prestar assistência médica, mas também atuar com pesquisa e ensino como um centro formador.
Considerando os casos moderados, que correspondem à condição da maioria das crianças, os especialistas afirmam que a reabilitação será contínua, com momentos de fisioterapia intensiva e outros de manutenção. Um diferencial que vem sendo colocado em prática em Londrina, a exemplo dos Estados Unidos, é o planejamento terapêutico para que a criança não faça fisioterapia o tempo todo, mas passe a praticar atividades físicas na transição da idade infantil para adulta (dos 13 até os 20 anos).
"E se fizermos um acompanhamento correto, com todos os trabalhos de reabilitação, que incluem estimulação, fisioterapia, uso de aparelho ortopédico e medicações, após os 8, 10 anos, essa criança poderá fazer uma correção cirúrgica única", aponta Melanda.
Ele explica que esse evento é importante porque evita que a criança seja submetida a várias cirurgias e, consequentemente, muitos períodos de recuperação. "Apesar de ser mais agressivo, a gente trabalha em cima de um momento único da vida dela, em um evento único cirúrgico e com um único período de recuperação. Por esse motivo que é importante ter planejamento no tratamento", ressalta. Em algumas situações, os procedimentos neurocirúrgicos também poderão ser indicados em diferentes fases. O especialista ressalta que "uma coisa não exclui a outra e por isso que o trabalho integrado faz toda diferença".
O neurocirurgião Alexandre Casagrande Canheu destaca entre as intervenções a RDS (rizotomia dorsal seletiva). O procedimento consiste no corte de nervos no final da medula, resultando em movimentos mais soltos das pernas, ou seja, com menos reflexos. Os critérios de seleção são idade e classificação da função motora grosseira. De maneira geral, os candidatos a esta cirurgia são crianças e adolescentes (entre 8 e 12 anos) que andam e têm paralisia cerebral com diparesia (dois membros fracos) nos membros inferiores e espástica. (Micaela Orikasa/Grupo FOLHA)
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