Neste sábado é dia de escolher a melhor receita para festejar um alimento democrático que tem lugar garantido na mesa do brasileiro. Instituído no dia 25 de outubro de 1995, o Dia Mundial do Macarrão surgiu durante o I World Pasta Congress (Congresso Mundial de Macarrão), em Roma, onde estavam os principais fabricantes do mundo, e desde então é comemorado em diversos países. O objetivo é difundir os benefícios e aumentar o consumo per capita deste prato milenar.
Apesar de ser o terceiro maior mercado consumidor de macarrão do mundo – atrás da Itália e dos Estados Unidos –, o Brasil ainda ocupa o 12º lugar no consumo per capita, com 6,7kg hab/ano, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima). Atualmente, a produção anual de massa no Brasil atinge cerca 1,3 milhão toneladas e o faturamento é de R$ 4,5 bilhões. No mundo todo, a quantidade de macarrão que vai para a mesa é de aproximadamente 11,4 milhões toneladas ao ano.
Opções de consumo não faltam. Nos supermercados e casas de massas, o produto aparece sob diversas formas e marcas. Entre os tipos de massa tem de sêmola, com ovos, com vegetais (beterraba, espinafre, cenoura), caseira, grano duro (elaborada com trigo especial) e integral (rica em fibras).
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Na Itália – o maior difusor de macarrão em todo o mundo –, a massa ganha receitas diferentes de acordo com as regiões. ‘O Sul da Itália usa farinha e água, mas nem por isso a massa fica menos gostosa. Já na região da Emília (Norte), onde nasci, o costume é usar ovos na massa’, explica a empresária Grazia Veronesi, que fabrica em Londrina a receita e os tipos de massa típicos de sua terra natal.
Natural de Castelfranco, província de Modena, região de Emília, Grazia é proprietária do Crystal Palace Hotel, que produz cerca de 500 quilos mensais a massa caseira para abastecer os restaurantes da rede do empreendimento e diversos pontos de venda em Londrina, Curitiba e Maringá – em Londrina os produtos também são vendidos no próprio hotel para levar para a casa. Feita de forma artesanal, a massa leva farinha de trigo grano duro, é bem fina, e precisa de menos de cinco minutos de fogo para ficar pronta.
Os tipos de massa oferecidos são, em alguns casos, incomuns para a maioria dos consumidores acostumados com os populares espaguetes, penes e parafusos encontrados nos supermercados. Entre as secas estão fettuccine, cestini, pappardelle e tonnarelli. Nas opções recheadas, tortellini (recheio de lombo de porco, presunto cru, mortadela, queijo, ovos), cappelloni (ricota fresca com espinafre, queijo e ovos) e a lasagna (lasanha), que é o carro-chefe do negócio. É feita com massa verde (espinafre) e tem onze camadas de recheio (molho à bolonhesa, molho bechamel e queijo).
‘São receitas que minha mãe, minha avó faziam. O tortellini, por exemplo, é tão popular na minha terra, que não podia faltar no Natal, na Páscoa, nos batizados’, conta Grazia, que chegou ao Brasil em 1952, ainda menina, junto com a família. As massas começaram a ser produzidas em 1985, inicialmente para atender o restaurante do hotel. A expansão do negócio foi natural. ‘Até fizemos propaganda uma época, mas o que funcionou mesmo foi o boca a boca’, conta.
A empresária costuma dizer que a sua receita leva ovos, farinha e trabalho. Isso porque grande parte do serviço é manual. As máquinas apenas cilindram e cortam as massas. As recheadas são montadas uma por uma. ‘Tem que fazer com amor. Não adianta chegar aqui estressada, de qualquer jeito, e achar que vai conseguir uma boa massa’, ensina Helena Maria Cavalec, uma das três funcionárias da produção de massas do Crystal.
Segundo Grazia, que durante muitos anos participou da produção e hoje apenas orienta a equipe, o trabalho é delicado. ‘Tem que ter muito cuidado. Por um lado tem que ligar o ventilador para as massas