Imagine fazer um vinho conforme o seu gosto e acompanhar todo o processo de fabricação da bebida, desde a compra da uva até a escolha personalizada do rótulo. É isso que um grupo de apreciadores da enologia resolveu fazer. A ideia surgiu do engenheiro agrônomo Leori Hermann, ex-aluno do curso de Sommelier do Centro Europeu. Ao lado de Thays Ferrão, coordenadora do curso, e do empresário Fernando Rausis, proprietário da Vinícola Franco Italiano, de Colombo (região metropolitana de Curitiba), ele reuniu 49 interessados na fabricação. O processo começou em abril deste ano e a bebida tem previsão de ficar pronta em junho de 2010.
Com a ajuda de enólogos profissionais, foi realizado um plano de vinificação. O grupo conseguiu encontrar uma boa safra de uva, em São Joaquim (SC), para elaborar o vinho tipo Cabernet Sauvignon. Foram cinco toneladas da fruta que irão gerar três mil litros da bebida. Atualmente o produto está armazenado em grandes tonéis de inox. O objetivo é aguardar o processo de transformação do ácido málico em lático, para dar suavidade ao vinho. Isso pode durar de dois a três meses, dependendo do clima, já que o frio atrasa este trabalho. Em seguida o vinho será armazenado durante 10 meses em barricas de carvalho vindas da França e dos Estados Unidos. Aproximadamente 60% da bebida irá para as barricas e o restante continuará nos tonéis. Na finalização as duas partes serão unidas. Isso irá influenciar o sabor do vinho.
Os participantes adquiriram uma ou mais cotas de participação no valor de R$ 780,00. Cada cota representa 48 garrafas. Ou seja, cada uma custará aproximadamente R$ 16,00. ''Se esse vinho, feito através de todo esse processo, fosse comprado em uma loja, custaria aproximadamente R$ 50,00'', explica Rausis.
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O grupo faz frequentes reuniões para provar a bebida e acompanhar o processo de fabricação. Todas as decisões foram tomadas pela equipe. No final eles também poderão fazer rótulos personalizados.
A parceria com a Vinícola Franco Italiano tornou viável o projeto. Os tonéis ficam na própria empresa e as barricas de carvalho serão armazenadas em uma grande adega no local. O objetivo dos integrantes do chamado Wine Club decidiram que o vinho deveria ser encorpado, potente, com equilíbrio entre a fruta e o sabor gerado pelo armazenamento nas barricas. O atrativo preço das cotas foi possível pela quantidade de pessoas que participam do projeto. Para se ter uma ideia, cada barrica vinda dos Estados Unidos custou pouco mais de mil dólares. Já as francesas custam 1.250 euros.
A fabricação de um novo vinho já está programada. ''Estamos buscando informações para a compra de matéria-prima'', adianta Hermann. Com isso, mais pessoas se interessaram em fazer parte do Wine Club e o grupo irá crescer.
Todo o processo de fabricação da bebida pode ser acompanhado no blog http://wineclubfrancoitaliano.blogspot.com.
Processo enriquece conhecimento sobre a bebida
Os participantes do Wine Club não conhecem projeto semelhante no Brasil. Na Califórnia (Estados Unidos) isso já foi feito. É claro que como todo processo de fabricação de vinho, o grupo corre alguns riscos, já que fatores climáticos interferem diretamente no sabor final. Mas os integrantes sabem disso. Eles aproveitam para conhecer ainda mais sobre o rico universo da bebida. ''Acompanhar a vivência de uma vinícola e como funciona a realização de um vinho é um grande aprendizado'', opina Hermann.
O destino das 48 garrafas que cada cotista terá direito é variado. Alguns pretendem presentear amigos ou armazenar em casa para degustar aos poucos. O objetivo não é vender o produto, pois nesse projeto o grande diferencial é saber como é feito o vinho, passando por todos as etapas, para entender ainda mais sobre a bebida e degustá-la com maior prazer.
Interessados em buscar mais informações sobre o projeto podem entrar em contato com os organizadores pelos dos e-mails [email protected] e [email protected].