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Agradável ao paladar

Pesquisa desenvolve soja mais saborosa e popular

Redação Bonde
22 set 2009 às 10:55
Objetivo da pesquisa é desenvolver um grão mais palatável que atenda aos gostos e às necessidades nutricionais dos brasileiros - Reprodução
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Estudos comprovam que a soja é um alimento altamente rico em proteínas, com índices que chegam ao dobro do feijão. No entanto, o consumo do grão e de seus derivados no Brasil ainda é baixo. Alguns fatores como sabor, pouca adaptabilidade do grão à culinária local e alto preço no caso dos derivados são apontados como causas desse insucesso.

Na tentativa de reverter esta situação, um grupo de pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Fundação Triângulo, realiza desde 2004, em Uberaba, o projeto "Melhoramento Genético da Soja para a Alimentação Humana em Minas Gerais". O objetivo é desenvolver um grão mais palatável que atenda aos gostos e às necessidades nutricionais da população. "Quando a soja chegou ao Brasil, o sabor não era agradável, atendia aos gostos da população asiática, não tinha identificação com a culinária brasileira", explica a pesquisadora da EPAMIG Triângulo e Alto Paranaíba, Maria Eugênia Lisei de Sá.

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Das variedades pesquisadas, a BRSMG 790A, lançada em 2008, chamou atenção por ter um sabor mais adocicado. "Essa variedade, que possui o hilo (ponto central do grão) amarelado, é mais palatável que as tradicionais e pode ser usada no preparo de saladas e de derivados como sucos e queijos", diz Maria Eugênia. A pesquisadora aponta também a viabilidade econômica do uso dessa nova variedade pela indústria alimentícia. "Atualmente, as indústrias que produzem alimentos derivados da soja investem grandes quantias em processos para mascarar o sabor do grão. Essa nova espécie permite a redução desses gastos podendo levar ainda a uma queda dos preços ao consumidor", afirma.

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BRSMG 800A – A Soja de Minas

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Outra variedade que se destaca na pesquisa é a soja marrom. Testes de paladar realizados no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (Ifet) apresentaram resultados positivos (nota 8, numa escala de 1 a 9) para a combinação do grão com feijão carioquinha (na proporção de 60% de soja por 40% de feijão) e na elaboração do tropeiro de soja. Maria Eugênia informa que esta variedade deve ser lançada no ano de 2010. "Nossa intenção é fazermos desta variedade, a BRSMG 800A, uma soja certificada e que seja identificada como a soja de Minas".


No dia 16 de setembro, Maria Eugênia esteve na Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) para apresentar os resultados alcançados pelo projeto. Os presentes puderam experimentar pratos como saladas e o tropeiro de soja.

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Além de Maria Eugênia, participam do projeto "Melhoramento Genético da Soja para a Alimentação Humana em Minas Gerais" o também pesquisador da EPAMIG Triângulo e Alto Paranaíba Roberto Zito e o pesquisador da Embrapa, Neylson Abrantes.


Soja na merenda escolar

Os pesquisadores apresentaram à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) um projeto que visa introduzir alimentos à base de soja na merenda escolar (aguardando resultado do edital). "Em princípio propusemos nossa atuação em uma creche do município de Uberaba, mas a intenção é difundir essa ação para toda a população. Pretendemos criar a cultura do consumo de soja, eliminar preconceitos e conceitos prévios", completa Maria Eugênia.


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