Nesta quinta-feira, 23 de setembro, é comemorado o dia do sorvete. A data, instituída pela Associação Brasileira das Indústrias de Sorvete (ABIS), marca o início das temperaturas mais quentes no País, época em que se acentua o consumo de sorvetes no Brasil e que responde por 70% das vendas do setor.
Segundo a ABIS, a mudança cultural em relação ao sorvete vem tomando corpo. Entre o segundo semestre de 2002 (data da fundação da associação) e 2009, o consumo total de sorvetes no Brasil cresceu 39,5%, passando de 713 milhões de litros/ano para 995 milhões de litros/ano, enquanto o consumo per capita teve um aumento de 28,71%, passando de 4,04 para 5,20 litros/ano.
O grande desafio das indústrias de sorvete, porém, é incentivar o consumo durante todos os meses do ano e divulgar os benefícios da sobremesa. "O brasileiro não vê o sorvete como um alimento, assim como os americanos e europeus. As pessoas têm o costume de tomar sorvete apenas para se refrescar. Essa é uma cultura que temos tentado mudar. Países como os EUA, Canadá, Nova Zelândia e Itália chegam a consumir mais de 20 litros per capita", afirma o mestre sorveteiro e proprietário da gelateria I Scream Fernando Lana, de Belo Horizonte.
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Segundo ele, o que muita gente não sabe é que sorvetes produzidos com padrões de qualidade são alimentos completos, ricos em nutrientes como proteínas, açúcares, vitaminas A, B1, B2, B6, C, D, K, cálcio, fósforo e outros minerais essenciais para uma nutrição balanceada.
O sorvete é um complemento alimentar de altas propriedades nutricionais e baixas calorias se comparado com várias outras guloseimas. Para se ter uma idéia, enquanto o sorvete comum (picolé ou bola de 45 gramas), à base de leite, possui cerca de 120 calorias, e o picolé à base de água tem 60 calorias; o chocolate ao leite (50 gramas) tem em média 250 calorias e um cheeseburger tem 300 calorias, ou seja, são muito mais calóricos.
Dia do Sorvete
A data foi criada para fazer lembrar que sorvete é gostoso, divertido e também nutritivo! Mas foi a indústria de sorvete que o popularizou e o tornou a unanimidade que é hoje. Em 1942, a marca Kibon lançou o primeiro picolé no Brasil, o Eskibon. Daí em diante, o mercado só cresceu e a cada ano chagam ao mercado muitas novidades deliciosas que aliam sabor e nutrição.
História
A história do sorvete começou com uma rixa na China, há cerca de 3 mil anos. Cozinheiros do palácio real disputavam para ver quem inventaria a receita mais saborosa e original. Ganhou uma mistura de neve das montanhas, suco de frutas e mel, servida ainda gelada. Quando a receita chegou à Itália – provavelmente pelas mãos de Marco Polo, no século XIII – ganhou novos ingredientes, como o leite, e tornou-se famosa entre os nobres. O gelato italiano só seria um produto mais acessível na França do século XVI, quando os cafés da "Cidade Luz" passaram a servi-lo fora do ambiente requintado dos castelos. Após uma escala na Inglaterra, o sorvete chegou aos Estados Unidos, onde, a partir de 1870, com as novas técnicas de refrigeração ele se tornou um produto industrial e definitivamente popular.
Os americanos criaram receitas como o ice-cream soda e o sundae e até hoje disputam a autoria da primeira casquinha com os italianos – que têm garantida a invenção do picolé, no começo do século XX. Antes de chegar ao palito, no entanto, o sorvete chegou ao Brasil. Em 1834, ele já era servido em "diferentes qualidades, tanto simples quanto amanteigados", segundo cardápio de uma dupla de confeiteiros do Rio de Janeiro, e feito com gelo importado dos Estados Unidos. No caminho inverso daquele percorrido na Europa, a novidade iria das ruas ao palácio, onde Dom Pedro II se deliciava com o sabor pitanga nos últimos anos da monarquia no Brasil.
Curiosidades
- No interior do Brasil, durante muito tempo, o sorvete foi ignorado. O sertanejo se recusava a tomá-lo por ser frio demais, suspeitando que desequilibrava o calor interno.
- Até o século XIX, o sorvete era considerado alimento de gente rica. As damas da nobreza chegavam a brigar entre si (puxar o cabelo e sair na unha), porque uma roubava da outra o mestre sorveteiro.
- O inventor da máquina de sorvetes foi o florentino Procópio Coltelli, que abriu em 1660 a primeira sorveteria de Paris (o Café Procope), ainda hoje o estabelecimento mais antigo da cidade.
- Diz a lenda que Carlos I, da Inglaterra (marido da neta de Catarina), pagava uma pensão vitalícia a seu sorveteiro exclusivo, com a condição de que ele não revelasse a receita para ninguém. Seus sorvetes, em forma de ovo, tinham a casca de baunilha e a gema de framboesa.