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Castanha-do-Pará, a mais brasileira das castanhas

31 dez 1969 às 21:33

Ao contrário do que muitos pensam, a castanha não é um fruto, e sim a amêndoa da semente da castanheira. Já o fruto, este é conhecido pelo nome de ouriço. De formato esférico, achatado nas pontas, o ouriço pode chegar a 20 cm de diâmetro e pesar até dois quilos. Quando maduro, o fruto despenca da árvore, indicando que suas sementes estão prontas para o consumo ou plantio. Dentro de sua dura casca, aberta somente com uma serrilha, há entre 12 e 24 sementes. A amêndoa que conhecemos como castanha-do-pará está dentro dessas sementes. Também chamada de "carne vegetal", a castanha possui quantidade protéica equivalente a dois ovos e é altamente calórica.

Rica em gorduras e proteínas, essa castanha tem ainda dois nutrientes especiais: o selênio e a vitamina E, antioxidantes que anulam os danos causados pelos radicais livres, que destroem as células e com o tempo são responsáveis pelo aparecimento de doenças cardiovasculares e câncer. Em estudo realizado pela pesquisadora Vanessa Coutinho, doutoranda do Laboratório de Nutrição-Minerais da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, constatou-se que o consumo de uma castanha-do-Pará por dia é capaz de suprir a necessidade diária de Selênio, melhorando o sistema imunológico e protegendo o organismo contra os danos provocados pelos radicais livres.


Cada 100g de castanhas-do-Pará têm:


Calorias: 656
Proteínas: 14g
Gorduras: 66g
Carboidratos: 13g
Gordura saturada: 16g
Gorduras Polinsaturadas: 21g
Gorduras Monoinsaturadas: 23g
Cada unidade tem cerca de 4g com 26 kcal


A castanheira


A castanheira é uma árvore nativa da Amazônia. Sua altura pode alcançar 50 metros e seu valioso tronco chega a medir dois metros de diâmetro. A nobre madeira é excelente matéria-prima para as construções civil e naval. A frondosa copa produz seus primeiros frutos apenas após 12 anos de idade. Daí em diante, por um período de no máximo 30 anos, cada castanheira produz, em média, 500 quilos de castanhas por colheita. O ouriço da castanheira pode ser matéria-prima para a confecção de peças de artesanato. Da semente, pode ser extraído o leite de castanha, usado na elaboração de iguarias ou na fabricação de sabões finos e cosméticos.


Em Belém, no Pará, é possível encontras a castanha por tudo que é canto: em barraquinhas pela cidade, no Mercado Ver-O-Peso, como recheios de bombons, e misturadas junto a sorvetes.


Ao caminhar sob a sombra das mangueiras em Belém, é comum topar com barraquinhas que vendem derivados de castanhas-do-Pará. Há saquinhos com biscoitos de castanhas, pacotes com a amêndoa in natura, farinha para fazer bolos. De uma panela, o aroma irresistível de açúcar queimado e castanhas convida o passante para a prova. Moradores e turistas param diante da barraquinha e examinam a variedade dos produtos. Um deles escolhe um saquinho de castanhas caramelizadas que esfria no tabuleiro. O petisco será seu companheiro na volta para casa após o cansativo dia de trabalho.


Em outro local da capital paraense, no Mercado Ver-O-Peso, uma feirante descasca castanhas. Em sua barraca há uma pilha delas. O exercício de quebrar a semente não para. Depois de completada a tarefa, é hora de limpar as castanhas, retirando a fina pele que envolve a amêndoa. Dependurados na barraca, saquinhos e mais saquinhos de castanhas. Há a opção de comprá-la já limpa ou com casca dentro da semente. A certeza é uma só: o preço das castanhas no Ver-O-Peso são bem convidativos se comparados aos praticados nas regiões Sul e Sudeste.


Castanha-do-Pará ou Castanha-do-Brasil?


Recentemente, a castanha-do-Pará vem sendo chamada de castanha-do-Brasil. O motivo para a mudança é que, no exterior, a semente é conhecida como Brazil nut. Por motivos mercadológicos, optou-se em chamá-la pela tradução do nome em inglês em vez do nome tradicional que todos brasileiros já a conhecem.

Fonte: Sabor Brasil


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