Batata é bom de qualquer jeito: seja cozida, frita ou assada, o tubérculo é um dos mais presentes e queridos no dia-a-dia do brasileiro. Mas na hora de comprar, a maior preocupação ainda é com a aparência do produto e muitos consumidores nem sonham que existem dezenas de tipos de batata, cada uma com uma indicação culinária, e que num futuro próximo pode ser possível escolher o produto pelo nome, ou pela região onde é produzida, exatamente como se escolhe um bom vinho.
Em Minas Gerais, um programa do governo do estado em parceria com a iniciativa privada - Programa de Cooperação Técnica Brasil/França - está tentando ampliar a oferta de tipos de batata no mercado. A primeira experiência, com o tipo Emeraude, ideal para assar e cozinhar, foi feita no começo de julho em seis pontos de venda da capital. Em agosto a batata da vez será a Opaline, cujas características físico-químicas a tornam ideal para fritar.
Segundo a coordenadora do programa pela Secretaria de Estado de Agricultura, Luciana Rapini, será mais um passo para a implantação de uma nova cultura em relação à batata, com indicações de composição e uso do produto na culinária.
A coordenadora explica que, "até agora, predominou como referência, no comércio do tubérculo, o aspecto externo, a pele bonita, mas a parceria técnica com a França está possibilitando a mudança desse hábito".
Com o lançamento da Opaline, Minas avança na agregação de valor a um importante produto de sua agricultura. O Estado lidera a produção de batata com uma safra estimada de 1,1 milhão de toneladas. Conforme dados divulgados pelo IBGE e analisados pela Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura, este volume equivale a cerca de 34% da produção brasileira de batata prevista para este ano.
Boa aceitação
Os representantes de sacolões e também o expositor que comercializou a Emeraude no Mercado Livre do Produtor (MLP) na CeasaMinas, Milton Silvério Brandão, confirmam que, de uma forma geral, a aceitação dos consumidores foi boa. Segundo Brandão, quase 50% dos clientes retornaram para comprar a Emeraude.
O chefe da Seção de Agroqualidade da CeasaMinas, Joaquim Alvarenga, também acredita no sucesso da Emeraude. Ele explica que "os técnicos da CeasaMinas acompanharam de perto o trabalho de divulgação das batatas e constataram o interesse dos consumidores pela nova variedade. Tanto a Opaline quanto a Emeraude estão sendo cultivadas em Irai de Minas, no Alto Paranaíba, com objetivo de consolidar o mercado segmentado".
Incentivo à cadeia
Uma das próximas ações do comitê do Programa de Cooperação Técnica Brasil/França para incentivar a cadeia de batata no Estado será a realização de reuniões com os produtores. O objetivo é mostrar as perspectivas da produção de batatas como a Opaline e a Emeraude, destinadas a mercados segmentados e oferecidas em pacotes próprios e identificados. Segundo as normas federais, a embalagem da batata deve conter informações do produtor e referentes à qualidade do produto.
A coordenadora Luciana Rapini diz que será oferecida aos chefs e donos de restaurantes e de sacolões a oportunidade de participar de programas de degustação e informação sobre o produto. Ela observa que esta é uma parte importante do trabalho de inserção das batatas francesas. "Além dessas ações está prevista a aproximação com supermercados e sacolões, para que adquiram confiança na segmentação do mercado", destaca.
Em outra etapa do trabalho o comitê vai fazer contatos com o Movimento das Donas de Casa (MDC). Está prevista também a exposição de variedades tradicionais e francesas, segmentadas de acordo com o uso culinário, no estande do governo estadual na Superminas 2009. Essa feira será realizada em Belo Horizonte, no mês de outubro, pela Associação Mineira de Supermercados (Amis).