2015

Iapar mostra diversidade dos solos do Paraná na ExpoLondrina

06 abr 2015 às 15:55

Pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) vão oferecer aos visitantes da Expolondrina um passeio pelos diferentes tipos de solos do Estado. Por meio de mapas, maquetes e de uma trilha ecológica, o público vai conhecer as diversidades do solo no Estado e as características de cada um, as vantagens e desvantagens para a agricultura e os cuidados de manejo e conservação.

"Além da produção de alimentos, fibras, energia e biocombustíveis, os solos são fonte de biodiversidade e um imenso reservatório de água, fatos quase desconhecidos pela população", explica a pesquisadora Graziela Moraes.


Como exemplo, Graziela explica que 31% do território paranaense é formado por latossolos, que são profundos, bem drenados, de boa fertilidade, fácil mecanização e típico de relevos suavemente ondulados, como em grande parte da região de Londrina. "São excelentes para a agricultura, exigindo apenas cuidados contra a erosão, o que contribui para que o Paraná seja dos maiores produtores de alimentos do País", diz a pesquisadora.


No Estado há também tipos de solos que exigem maiores cuidados. É o caso dos neossolos, típicos das encostas em que há declive, que ocupam grande área (22%) do território estadual. "Têm boa fertilidade química, mas são rasos e altamente suscetíveis à erosão", explica a pesquisadora.


CONSERVAÇÃO – A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) elegeu 2015 o "Ano Internacional dos Solos". Segundo a entidade, 33% das terras cultiváveis do mundo sofrem algum tipo de degradação, como erosão, compactação, salinização, acidificação ou poluição.


No Paraná, o plantio de lavouras anuais ocupa aproximadamente 5,6 milhões de hectares. Em torno de 82% dessa área adota práticas conservacionistas ou pratica a semeadura direta, sem revolvimento do solo com arado. "É um índice bom, considerando que, em termos de Brasil, esse porcentual está em 50%", afirma o pesquisador do Iapar Rafael Fuentes.


Fuentes acrescenta, no entanto, que o sistema de plantio direto é um conjunto de técnicas que preconiza não apenas suprimir o uso de arados e o revolvimento do solo, mas também a manutenção do terreno protegido com cobertura vegetal ao longo de todo o ano e a rotação de culturas. "Precisamos superar a monocultura soja-trigo ou soja-milho safrinha", alerta.


BOVINOS – Mais uma vez, o Iapar faz na Expolondrina a demonstração de animais Purunã, no Pavilhão Comendador Luiz Meneghel. A raça, genuinamente paranaense, foi obtida em mais de 30 anos de cruzamentos dirigidos envolvendo as raças Caracu, Canchim, Charolês e Aberdeen Angus.


Purunã agrega os atributos economicamente relevantes de cada raça formadora. Caracu e Canchim transmitiram rusticidade, tolerância ao calor e resistência aos carrapatos. Charolês contribuiu com a velocidade de ganho de peso e grande rendimento de carcaça, elevado porcentual de carnes nobres e pequena capa de gordura.


Já a raça Angus conferiu precocidade, tamanho adulto moderado e temperamento dócil, além de carne macia e com alta qualidade de marmoreio. Destaca-se, também, a habilidade materna e boa produção de leite das vacas, características herdadas de Caracu e Angus.


O processo para reconhecimento definitivo da raça Purunã esta em andamento no Ministério de Agricultura e Abastecimento, que já autorizou o Iapar a emitir o Certificado Especial de Identificação e Produção (Ceip), documento que permite a apresentação e comercialização de animais em todo o Brasil.

VIA RURAL – O Iapar também estará presente na Via Rural, conhecida como "Fazendinha", onde apresentará cultivares de café e técnicas de condução dessas lavouras em consórcio com seringueira, alternativas de cultivos florestais e, ainda, opções de pastagens para pecuária de corte e leite. Pesquisadores do instituto estarão à disposição para esclarecer as dúvidas dos visitantes durante toda a Expolondrina.


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