Imagine um animal forte, capaz de arrastar mais de 3 toneladas e, ao mesmo tempo, dócil e de uma beleza exuberante. Assim são os cavalos de raças exóticas exibidos pela primeira vez na ExpoLondrina. O público que visita o parque poderá apreciá-los a partir desta quinta-feira (16).
São 18 animais, sendo 11 da raça Bretão, dois Gipsy (conhecido como Cigano), um Percheron, dois Clydesdale e dois Friesian. Todos têm origem europeia, de países como França, Holanda e Grã-Bretanha.
A diretora técnica da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Bretão (ABCCBretão), de São Paulo, Susana Reinhardt, informa que esta é a primeira vez que os animais vêm para o Norte do Paraná. "Em 25 anos de entidade, estes cavalos só foram expostos em algumas ocasiões em Curitiba. Resolvemos trazê-los porque a feira é um evento, no qual existe a oportunidade para mostrar a função de cada raça e características genéticas para criadores interessados".
No Brasil, as raças exóticas predominam na região Sudeste, onde o mercado é bem aquecido. No Paraná, a criação tornou-se rara nas últimas décadas. "Antigamente, eles eram usados para tração agrícola, mas devido à mecanização, acabaram se perdendo", explica.
O Bretão, por exemplo, é utilizado em passeios turísticos, provas esportivas, montaria na sela, desfiles e policiamento. No trabalho rural tem força necessária para puxar toras, arar terra e manejo de fazenda. De origem francesa, o cavalo consegue puxar um implemento de até 1,5 tonelada.
Exibi-los na exposição faz parte da estratégia para conquistar novos admiradores. O perfil do comprador é formado por quem procuram um equino para atrelagem ou lazer. "São pessoas que desejam ter um 'garanhão' a fim de usá-los em hotel fazenda, carruagens ou troles, principalmente, porque são dóceis, bonitos e tranquilos", completa a diretora.
Os agropecuaristas que tiverem interesse em investir na raça devem negociar direto com os criadores no estande instalado ao lado do Pavilhão Internacional. É possível fazer até um 'test-drive' e dar uma voltinha pela pista. Cada animal é vendido, em média, por R$ 20 mil. "É um preço bom, considerando que são animais raros", argumenta Susana.
O diretor de Equinocultura da Sociedade Rural do Paraná José Henrique Cavicchioli afirma que a novidade deve atrair mais visitantes. "São cavalos funcionais, de grande porte e beleza, uma excelente oportunidade para difundir raças".
Os equinos estarão na feira até domingo, no Pavilhão Michel Neme, no fim das baias de alvenaria. A partir de amanhã, haverá desfiles todas as noites, às 19 horas, na Pista Central Omar Mazei Guimarães.
Nádia Távora, agropecuarista aposentada, assistiu à apresentação de estreia e se admirou com a beleza dos animais. "Já tinha visto reportagens, mas nunca pessoalmente. São cavalos lindos e maravilhosos". Mas a novidade também atrai quem não é especialista no assunto. O comerciante Luciano Silveira trouxe a família para a feira e parou para ver a performance dos garanhões. "Admiro cavalos e sempre observo imagens na internet, mas nunca tive a oportunidade de vê-los ao vivo. Na minha opinião, é o que tem de melhor nesta edição da ExpoLondrina", opina.