A 54ª Expo de Londrina traz um espaço totalmente alternativo ao universo sertanejo e agropecuário. Trata-se da segunda edição da ExpoCultura, mostra localizada no segundo piso da Casa do Criador, próximo à Fazendinha. A visitação fica aberta das 9 às 21 horas.
São diversos trabalhos de escultura, pintura, grafite, desenho, fotografia e multimídia de mais de 40 artistas de Londrina e região. "O objetivo é aproximar o comprador da profissão artística", explica Edra Moraes, produtora do evento e autora de "O Fio de Ariadne", coletânea de antologia poética em parceria com Elisabete Ghislene, Adriana Vitorino, Célia Musilli e Samantha Abreu e Cristine Vianna. Este livro e outros também estão disponíveis no canto literário.
Dentre os destaques das obras de artes estão as duas telas do grafiteiro londrinense Tadeu Roberto de Lima Jr., mais conhecido como Carão. Ele escolheu retratar dois personagens essenciais da história e cultura brasileira: um índio e uma negra. "Optei por eles porque acredito que são a cara do Brasil. Usei algumas referências, mas tive que recomeçar o trabalho do índio três vezes até conseguir o resultado esperado", afirma.
A alta qualidade das obras é confirmada nos olhos de quem as vê. Alguns visitantes chegam a ficar parados por minutos em frente às telas. "Essa é uma das maiores expressões de arte que já vi", elogia o arquiteto André Sell, referindo-se a uma dos trabalhos de Carão. "Sou muito fã do trabalho dele e acho fundamental que haja incentivo. Se a cidade apoiasse, estaríamos em outro patamar".
Em alguns horários específicos, o visitante da Expô também pode acompanhar o processo criativo. O espaço "a live art" é a novidade da segunda edição da mostra. Apenas uma tela nova, latas de tinta aerosol e uma lâmpada improvisada foram necessários para que Huggo da Rocha criasse um grafite em pouco tempo. "Meus desenhos são bem característicos, muito caricatos. Acho essa ideia muito positiva, pois a galera não está acostumada com o nosso trabalho", diz. "Em relação ao grafite, a população gosta e apoia, mas não recebemos muito incentivo das autoridades", lamenta.
Hugo destaca que a visibilidade desses eventos contribui para a disseminação do grafite, que ainda é confundido com pichação. "O pessoal ainda não sabe diferenciar. Na próxima semana, estarei em um evento internacional em Curitiba. Já tentei sair fora do Brasil, mas não consegui incentivo financeiro", conta.
Os interessados em adquirir as obras podem participar do leilão que segue até as 19 horas da próxima sexta-feira (11). "Os possíveis compradores podem usar uma prancheta que fica ao lado de cada obra e escrever seu lance", explica Luly Barbero, organizadora do evento. "Existe o valor real da obra e o lance mínimo especificado pelo artista. Se já houver um lance no papel, o interessado deve cobrir o valor", diz. A mostra fica aberta até o dia 13 de abril e se encerra junto com a ExpoLondrina.