O vice-presidente de agronegócio do Banco do Brasil (BB) e ex-senador Osmar Dias esteve nesta quinta-feira (12) na ExpoLondrina. Osmar realizou uma palestra para produtores da região onde falou sobre o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em junho de 2010.
Após o evento, ele andou pelo Parque de Exposições Ney Braga e também visitou o estande da Folha de Londrina.
Após 16 anos como senador, Osmar Dias disse que tem se empenhado bastante na nova rotina. A experiência como parlamentar e também como produtor tem dado suporte na atual função.
"Agora os eventos são diferentes, são mais técnicos. Na função no banco tenho que atender vários interesses, como dos produtores, acionistas, investidores, e principalmente do Governo Federal. Além das minhas experiências como senador e produtor, preciso agora ter um bom conhecimento de legislação".
Entre os assuntos abordados, Osmar falou sobre a votação do Novo Código Florestal, o escândalo envolvendo o nome do senador Demóstenes Torres (ex-DEM) e também sobre o governo Beto Richa.
Sobre a administração estadual, Osmar foi sucinto: "A população precisa pegar a lista de promessas dele e cobrar. Se ele cumprir tudo o que falou, o Paraná será um estado melhor".
Sobre Demóstenes, o ex-senador disse que foi surpreendido com as denúncias. "O Demóstenes no Senado se tornou um pregador da moral. Ele virou um personagem. Porém não é o único. Estou surpreso com o que vem acontecendo, ainda mais ele sendo promotor".
Osmar Dias aproveitou a repercussão de mais este escândalo para falar que isso possa servir de lição para o eleitor. "Os escândalos têm sido noticiado sucessivamente, mas tem que servir para alguma coisa. O eleitor precisa tomar consciência e saber em quem votar".
Longe do Senado, ele admitiu que sente falta dos debates, mas que tem se dedicado em sua nova função no Banco Brasil.
Osmar Dias comentou sobre a discussão do Novo Código Florestal no Congresso. Para ele, os parlamentares tem um consenso sobre 90% do texto, mas ainda há pontos conflitantes, como a anistia de multa para quem desmatou além do que permite a lei, e também sobre a extensão da mata ciliar nas propriedades.
O vice-presidente de agronegócio do BB disse que a orientação da bancada ruralista é equivocada, por isso provocando o conflito: "Precisam entender que a mata ciliar é importante, que sem ela não existe rio".
A postura do Governo Federal também teria causado mal estar na discussão do Novo Código. Para Osmar, o Executivo deveria regular o debate no Congresso e não forçar a aprovação do texto assim como ele foi escrito.
Há um ano trabalhando no Banco do Brasil, o ex-senador disse que sua intenção é tirar a imagem de que para produzir é preciso desmatar. "Temos falado em muitas reuniões, inclusive para investidores estrangeiros, sobre a perspectiva do agronegócio no Brasil. Além disso, estamos orientando os produtores de que é possível aumentar a produção de alimentos de forma sustentável e com resultados".
Durante evento na ExpoLondrina, Osmar Dias falou para produtores da região sobre o programa Agricultura de Baixo Carbono. A iniciativa pretende aliar produção de alimentos e bionergia com redução dos gases de efeito estufa. O Programa ABC incentiva processos tecnológicos que neutralizam ou minimizam os efeitos dos gases de efeito estufa no campo, a serem adotados pelos agricultores nos próximos anos.