Após cumprir um jogo de punição devido à confusão ocorrida depois da partida contra o Floresta (CE), na 2ª rodada do quadrangular decisivo da Série C, a Torcida Falange Azul (TFA), principal organizada do Londrina Esporte Clube, foi liberada para voltar a levar instrumentos como baterias, faixas e bandeiras ao estádio Vitorino Gonçalves Dias (VGD) na partida deste sábado (11), às 17h, contra o São Bernardo, que pode valer o acesso do Tubarão à Série B.
Em reunião realizada nesta quinta-feira (9), no gabinete do prefeito Tiago Amaral, com a presença de representantes do poder público, da direção do LEC e da própria torcida, ficou definido que será mantida apenas a recomendação do Ministério Público do Paraná (MPPR) de manter fechada a sede da Falange em dias de jogos.
“Tivemos uma conversa muito franca com o presidente (da Falange) e os representantes, para deixar claro que o objetivo é manter a segurança, que o torcedor possa ir e voltar sem correr riscos, incluindo atletas e profissionais que ali trabalham. A diferença agora é que vamos permitir a entrada de bandeiras, instrumentos e faixas, os elementos que estavam presentes antes do problema. Isso não era uma punição, mas uma medida para evitar problemas maiores e possíveis atritos, garantindo que não houvesse ocorrência policial ou tumulto que colocasse torcedores e profissionais em risco”, explicou o tenente-coronel Ricardo Eguedis, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar.
“A ideia é promover a cultura de paz e evitar conflitos. O fato de eles terem identificado os dois envolvidos é positivo, não tenho registro de que isso já tivesse acontecido antes. Ao mesmo tempo, não podemos deixar que o grupo sofra. O principal, e que foi detalhado, é que o objetivo da polícia é que todos se reúnam de maneira tranquila e ordeira”, completou Eguedis.
O CEO do Londrina SAF, Armando Chekerdemian, ressaltou que o momento é de união da cidade em torno do clube e do acesso à Série B. “O objetivo é a festa, ter o apoio da torcida. O projeto não prospera se não tiver a cidade abraçando, e isso começa com a torcida. O Londrina nunca culpou a torcida organizada em nenhum momento. Sabemos que foram alguns indivíduos que agiram de forma errada. Nunca quisemos que a torcida fosse prejudicada por isso. Estamos lidando com pessoas, com jogadores que dedicam a vida ao clube. Queremos apoio. Esperamos casa cheia e uma festa muito bonita para buscar o acesso”, destacou Chekerdemian, que veio do mercado financeiro e vive sua primeira experiência no futebol.
Ele admitiu que o trabalho tem superado as expectativas. “Tem sido uma surpresa muito positiva. É fruto de um trabalho muito bem feito, construído pela SAF. Batemos na trave no ano passado, o time tem muito planejamento, e agora é hora de desfrutar disso, aproveitar a união entre equipe e torcida para poder comemorar no final”, afirmou.
Falange de volta
Após a agressão de membros da Falange Azul ao volante Alisson e a integrantes da comissão técnica do Londrina, que resultou em confusão com a Polícia Militar depois do empate por 0 a 0 com o Floresta, a diretoria da organizada identificou e puniu os responsáveis com base em seu estatuto. Ambos também respondem judicialmente pelas agressões.
Desde então, a Falange foi impedida de abrir sua sede em dias de jogos no VGD, medida que permanece, e não pôde levar instrumentos, faixas e bandeiras na partida contra o Caxias, além de optar por não comparecer uniformizada.
O presidente da TFA, Márcio Almeida de Paula, o Marcinho, e membros da torcida se reuniram nas últimas semanas com vereadores, como Matheus Thum (PP) e Chavão (Republicanos), e com a deputada Ana Júlia (PT), em busca de apoio para o retorno completo da organizada às arquibancadas no jogo decisivo do LEC na Série C.
“A Polícia Militar tem que estar lá, presente. A Falange não é contra a Polícia Militar, mas achamos injusta e desproporcional a punição que a torcida recebeu por conta dos atos de duas pessoas que não condizem com a ideologia do grupo”, afirmou Marcinho.
“A arquibancada tem que pulsar, principalmente neste momento em que o clube precisa do apoio de toda a torcida. Ter bateria, bandeira, faixa, poder levar fumaça e fazer a festa na arquibancada é fundamental para este momento do time”, completou o presidente da Falange Azul, que fez questão de destacar também os trabalhos sociais da TFA na cidade.
“Muitas vezes acham que a torcida é só no dia do jogo. Colocar faixa, bandeira, bateria e acabou. Na verdade, somos muito mais do que isso. Temos nossas ações sociais. Fazemos marmitas e entregamos no Centro Pop, realizamos ações em datas especiais como Natal, Ano Novo, Páscoa, Dia das Crianças, com arrecadação de doces e presentes para entregar. Também promovemos campanhas de doação de ração para instituições. Temos uma força social importante”, valorizou Marcinho.