O técnico Roger Silva foi apresentado nesta segunda-feira (9) pelo Londrina Esporte Clube com a missão de substituir Claudinei Oliveira e buscando repetir o que fez em 2024, quando levou o Athletic-MG para a Série B.
Em suas primeiras palavras como comandante da equipe alviceleste, o ex-atacante de São Paulo, Palmeiras e Corinthians admitiu que terá o maior desafio de sua carreira como treinador."Era algo que eu queria muito. Fiquei feliz com o convite, sabia que ia encontrar uma grande equipe, uma cidade maravilhosa, uma torcida apaixonada. Estou feliz e motivado. É o maior desafio da minha carreira”, iniciou Roger, que entregou o cargo no Athletic-MG no início do mês, entrando mais uma vez no mercado. Com isso, passou a ser especulado em diversas equipes, especialmente da segunda divisão nacional. Questionado sobre voltar à Série C, Roger foi sincero.
“Eu sou um treinador jovem. Tenho três anos e sete meses como treinador, alguns resultados legais. Um acesso, três semifinais de Campeonato Mineiro, títulos no interior com uma equipe que nem era conhecida. Mas priorizo, nesse momento da minha carreira, um projeto onde as coisas são sérias, onde as pessoas são menos emotivas, que tomam decisões pelo dia a dia, pelo meu trabalho, pelo que eu faço durante a semana, e não só pelos resultados”, disse.
“Antes do Londrina, recebi uma proposta e recusei, devido ao histórico do clube. Lá, perdeu três, quatro jogos, o treinador é demitido”, desabafou, sem citar a equipe em questão. “Nesse momento da minha carreira, eu não estava procurando isso”, pontuou o ex-jogador. Roger chegou a ser especulado no Sport, que luta contra o rebaixamento na Série A, e no Paysandu, que está na lanterna da Série B, time que tirou Claudinei Oliveira do Londrina.
EM CAMPO
Um dos trechos que chamou a atenção na entrevista de apresentação de Roger Silva foi quando o técnico comentou o estilo de jogo que pretende implementar no Londrina, que deve ser diferente do que vinha sendo praticado por Claudinei.
“Vai ser ofensivo. É uma característica minha, que desenvolvi como treinador, é algo que eu não abro mão, ter uma equipe que pressiona os adversários dentro da nossa casa. Vai ser ‘tempo ruim’ pra quem vier. É minha característica. Quero um time que coloque o pé na bola o tempo todo, que brigue, que faça falta, que ataque a linha do adversário, e que jogue um pouco mais”, destacou Roger.
“Vamos limitar um pouco essa bola direta. Vi os últimos jogos e tivemos muita ligação direta, defesa-ataque. Eu não sou adepto desse tipo de jogo. Sou um técnico mais de construção”, seguiu o comandante do LEC, explicando suas principais diferenças em relação ao antigo treinador.
“O que nós temos parecido é que nós dois queremos vencer. E é isso. No futebol, todos os caminhos são caminhos. O Claudinei tinha um modo de pensar”, admitiu, lembrando a última rodada do quadrangular final da Série C de 2024, quando o Athletic-MG venceu o LEC por 2 a 1 e foi para a Série B.
“Eu prefiro um jogo de construção, mais jogado. Prefiro que nós gostemos mais da bola. Não estou falando do trabalho de ninguém, estou falando do meu trabalho. Quero que minha equipe goste mais da bola, deixe os adversários desconfortáveis. O torcedor que vier ao estádio domingo (contra o Figueirense) vai ver minha característica, que é de jogar em linha alta, pressionar o adversário o tempo todo. Os goleiros têm que jogar fora do gol, cobrir minha linha de defesa”, continuou Roger, que admitiu não ter gostado do que viu em campo contra o Caxias, na primeira derrota do Londrina na Série C, por 4 a 2.
“Não gostei do jogo, achei um jogo ruim. O jogo contra o ABC, sim, merecia ter vencido, foram algumas oportunidades”, afirmou ele, que deixou um recado ao elenco do Tubarão.
“As vagas estão abertas. Não temos 11 titulares, temos 26 à disposição. Quem fizer a melhor semana e me convencer que merece uma oportunidade, vai ter. Se entrar e for bem, vira titular da equipe. É assim que vai ser o Londrina. Quero atletas que queiram estar aqui, que gostem daqui, que entendam o momento do clube, que vistam a camisa. Jogador que trabalhe muito e reclame pouco. Vamos unir forças.".