O julgamento do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi interrompido nesta segunda-feira (10) após pedido de vista do auditor Marco Aurélio Choy. O processo, que apura possível manipulação de resultado em partida contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, será retomado em nova sessão do Pleno, provavelmente na próxima quinta ou sexta-feira.
O jogador foi acusado de forçar um cartão amarelo e de ter avisado o irmão sobre a ação, permitindo uma aposta esportiva. Bruno Henrique está liberado para atuar porque possui efeito suspensivo concedido em 14 de setembro. Ele havia sido punido no dia 4 do mesmo mês com 12 jogos de suspensão e multa de R$ 60 mil.
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O julgamento
A sessão começou com a leitura do relatório pelo auditor Sérgio Furtado Filho, relator do caso. Em seguida, o procurador Eduardo Ximenes apresentou a acusação, que pediu a rejeição dos recursos e da tese de prescrição proposta pela defesa de Bruno Henrique. A defesa alegou que o prazo de 60 dias para denúncia, previsto no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), havia expirado, pois deveria ser contado a partir da partida em 1º de novembro de 2023 ou da data em que a Procuradoria tomou ciência dos fatos, em 2 de agosto de 2024.
A acusação, porém, sustentou que só pôde agir após receber o relatório da Polícia Federal, em 5 de maio deste ano, abrindo a investigação em 7 de maio e apresentando a denúncia em 1º de agosto, dentro do prazo que considera válido.
Por unanimidade, o Pleno rejeitou a preliminar de prescrição e passou à análise do mérito. A Procuradoria pediu aumento da pena e enquadramento no artigo 243 do CBJD, que prevê multa de até R$ 100 mil e suspensão de 180 a 360 dias.
A defesa manteve o pedido de absolvição, afirmando que o cartão recebido pelo jogador foi natural e que o fato já havia sido afastado pelo tribunal. Em seu voto, o relator Sérgio Furtado Filho defendeu a absolvição no artigo 243-A, por falta de provas de manipulação, mas sugeriu punição no artigo 191, com multa de R$ 100 mil e sem suspensão.
Com o pedido de vista de Marco Aurélio Choy, o julgamento segue suspenso até nova deliberação.