O atacante Pablo foi negociado pelo Londrina em junho deste ano com o Nacional da Ilha da Madeira, de Portugal, por 300 mil euros, cerca de R$ 2 milhões na cotação da época. O valor foi confirmado pelo empresário Guilherme Bellintani, dono da Squadra Sports e gestor da SAF do LEC, em entrevista ao podcast Bar FC. A revelação encerra uma dúvida que persistia desde a saída do jogador, ainda durante a primeira fase da Série C.
Além da quantia recebida, o Londrina manteve 30% dos direitos econômicos do atleta, de olho em uma futura transferência. Pablo já atua pelo clube português, em sua primeira temporada no futebol europeu.
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A negociação é a maior do Tubarão no século, se equiparando à venda do lateral-esquerdo Wendell, em dezembro de 2013, pelo mesmo valor ao Grêmio. À época, porém, o futebol do Londrina era terceirizado e administrado pela SM Sports, que detinha os direitos do jogador. Meses depois, o Grêmio vendeu o Wendell ao Bayer Leverkusen, da Alemanha.
“Previmos fazer a primeira venda em 2029, mas vendemos o Pablo, atacante, para um clube da Primeira Liga de Portugal. Ficamos com 30%, foram R$ 2 milhões. Primeira história que temos para contar”, afirmou Bellintani.
Considerado uma das principais apostas do Londrina desde 2024, Pablo alternava bons momentos e períodos de menor aproveitamento. Em 17 partidas no ano passado, marcou apenas um gol. Havia a possibilidade de ser cedido ao Linense-SP no início da atual temporada, outro clube gerido pela Squadra Sports, mas o técnico Claudinei Oliveira vetou a transferência e o fez titular da equipe.
A decisão se mostrou acertada. O atacante terminou o primeiro semestre de 2025 com sete gols, sendo dois na Série C e cinco no Campeonato Paranaense, onde fez dupla de destaque com Iago Teles e ajudou o LEC a alcançar a semifinal, garantindo retorno à Copa do Brasil em 2026. Já no Nacional, Pablo disputou duas partidas: entrou no empate em 1 a 1 com o Rio Ave e foi titular contra o Sporting, mas acabou expulso ainda no primeiro tempo da derrota por 4 a 1.
Expansão do Projeto
Durante a entrevista, Bellintani também explicou a estratégia da Squadra Sports. O modelo de gestão implementado no Londrina é baseado em uma plataforma multiclubes, inédita no Brasil, que inclui ainda o Linense-SP, além do VF4-PB, Ypiranga-BA e Conquista-BA, focados no trabalho de base.
A ideia é aproveitar talentos que não encontram espaço nos elencos de Série A. “Há pouco espaço para jovens na elite, mas os clubes continuam investindo pesado na base. O efeito disso é sobrar jogador. Eu não preciso sentar à mesa para comer o filé mignon que está em cima da mesa; posso ser o cachorrinho embaixo da mesa e comer o que cair. Se o Londrina estiver na Série B, o que espero que esteja em breve, o jogador que não foi aproveitado no Flamengo, Bahia, Palmeiras, Corinthians ou Fluminense... vamos fazer meio a meio? Me dê metade. Eu vou potencializá-lo. Senão, ele vira engenheiro, médico, pedreiro, garçom, ou seja, vai para fora do futebol”, destacou.
Segundo Bellintani, os resultados já aparecem. “Em um ano de projeto, temos 48 atletas fora da nossa plataforma. Isso é muito relevante. Já temos quatro em Portugal. Há jogadores também no Bahia, Botafogo, Cuiabá, Atlético-MG, Coritiba e Fortaleza. Precisamos chegar a 250 atletas fora da plataforma em 2029 e a 750 dentro dela. O planejamento é nossa principal arma, é a tecla que eu mais bato, é o nosso propósito.”
A maior venda
Se as negociações de Pablo e Wendell marcaram as maiores vendas do Londrina neste século, o maior negócio da história do clube ocorreu bem antes, em 1991. Naquele ano, o centroavante Élber foi vendido ao Milan, da Itália, por 1 milhão de dólares. Atualizado para valores de 2025, o montante equivale a cerca de 2,3 milhões de dólares, o que fez da transação um marco para os cofres do Tubarão.
À época, a negociação poderia ter rendido ainda mais. Em entrevista à FOLHA em 2021, o então presidente Dorival Pagani revelou que a pedida inicial foi de 2 milhões de dólares, enquanto os italianos ofereceram apenas 500 mil. Depois de intensas conversas, as partes chegaram ao acordo final de 1 milhão de dólares.
A passagem de Élber pelo Londrina foi curta: o atacante disputou apenas três partidas pelo time principal antes de ser negociado. O valor da venda, no entanto, teve destino dividido. Parte ficou com o clube, enquanto outra fatia foi repassada ao grupo responsável pela administração das categorias de base, comandado por Iran Campos. Segundo relatos da época, a quantia destinada ao Londrina foi investida em obras de reforma no Vitorino Gonçalves Dias (VGD).
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