Neste fim de semana, a tradição dos povos originários tem marcado presença ao lado do concreto verticalizado da Gleba Palhano. Dezenas de indígenas das etnias caingangue e guarani estiveram no Aterro do Lago Igapó para participar da primeira edição dos Jogos Indígenas em Londrina.
O evento começou na tarde de sábado (3) e seguiu até por volta das 14h de domingo (4). A programação contemplou 10 modalidades que, disputadas por homens e mulheres, foram desde arco e flecha até corrida de tora.
Uma das primeiras a conquistar o pódio, Evelyn Paola Lourenço, de 21 anos, saiu da Terra Indígena Laranjinha, em Santa Amélia, para, ao lado das demais companheiras de equipe, levar o ouro na corrida de maracá – uma espécie de revezamento praticado em tiros curtos.
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Embora já tenha estado em outros torneios indígenas, é a primeira vez que a jovem guarani ñandeva vem para um evento nesse formato em um centro urbano. “É algo muito importante para a comunidade. Outras pessoas estão vendo de fora, conhecendo os povos indígenas, sua cultura, tradição, crenças. Do mesmo jeito que a gente é lá dentro, a gente traz para a cidade”, contou Lourenço, que também pratica futebol desde os oito anos na escolinha da comunidade do Norte Pioneiro.
Para o vice-cacique da Laranjinha, Valdecir Mendes Rodrigues, a iniciativa é uma oportunidade para que, assim como no maracá, seja feita uma passagem de bastão – mas de uma geração para outra.
“A gente procura, através desses jogos, trazer a juventude, as crianças [da terra indígena]. A gente briga, no bom sentido, para nossa educação evoluir dentro das nossas comunidades, para que não percam a cultura, sua língua materna.”
Durante os jogos, caingangues e guaranis reforçaram o movimento de protesto que vem ocorrendo nos últimos dias contra a recém-aprovação do projeto de lei (PL) 490/2007 pela Câmara dos Deputados. LEIA NA FOLHA DE LONDRINA: