Jogadora do Perugia, da Itália, Rosamaria Montibeller decidiu retornar ao Brasil para manter sua rotina de treinamentos e enfrentar a crise causada pelo Coronavírus ao lado de sua família. Apesar disso, assim que chegou ao Rio de Janeiro a oposta se deparou com um "cenário de guerra" parecido ao do país da Europa.
"Minha decisão de voltar para o Brasil foi antes mesmo de a Liga Italiana cancelar os jogos. Minha decisão foi em prol da nossa saúde, não que lá me sentisse ameaçada, porque já estávamos em quarentena, não tive medo de pegar ou vírus ou morrer... Mas tudo o que o vírus gerou na Itália foi um cenário de guerra e essa situação parece estar chegando no Brasil. Mas acredito que nosso país esteja na frente, porque tomou medidas extremas mais rápido do que na Itália", declarou Rosamaria em entrevista a reportagem.
Na Itália, a atleta brasileira sentiu medo por não conseguir se locomover direito pelo país. Enquanto a competição não era adiada, as jogadoras tiveram que viajar, enfrentar fronteiras quase fechadas, treinar e verem as partidas serem canceladas. E apesar de tomarem as devidas precauções de higiene, era inevitável o contato: bater na bola, encostas nas companheiras de elenco, suor.
Leia mais:
Fórmula 1 anuncia venda de ingressos para GP de São Paulo em 2025; veja como comprar
Atleta londrinense fica entre os cinco melhores do mundo no Mundial de Triathlon na Espanha
'Não estaria lutando se não fosse a cannabis', diz Mike Tyson
Pilotos da F1 e fãs se unem para homenagear Senna em Interlagos
"A pior situação foi em Brescia, tivemos que correr e sair às pressas quando fomos jogar lá, era mais no norte. O governo estava fechando as entradas e saídas das cidades e a gente ficou com medo de não conseguir sair, mas deu certo. O outro jogo foi em Florença e tivemos que retornar porque foi tudo cancelado", disse Rosamaria.
O último jogo da Liga Italiana de vôlei feminino foi em 7 de março. Desde então, as jogadoras tentaram treinar adotando as medidas de precaução, mas a situação ficou insustentável e as atividades também foram encerradas. Rosamaria pensou que conseguiria se exercitar no Brasil, mas não deu tempo. A saúde vem em primeiro lugar e, agora, a atleta está de quarentena, sem contato físico com família e amigos.
"O vírus é mutante e ninguém sabe o que vai acontecer. Mas minha decisão de voltar foi em prol de poder estar aqui, tentar continuar treinando, porque lá a gente não ia treinar até 3 de abril. Mas já percebi que aqui também não vou conseguir, já que todas as academias estão fechadas e as equipes também não estão em atividade, mas estou feliz por estar em casa, porque nos aeroportos está complicada a situação. Fiquei com medo de não conseguir sair da Itália", explicou a oposto.
Apesar do receio, Rosamaria conseguiu deixar a Itália e chegou em segurança ao Brasil. Ela pegou um avião em Roma, chegou ao Rio de Janeiro, realizou exames médicos e, agora, está em Santa Catarina, onde vivem seus pais.
"Assim que cheguei no Brasil, fiquei no Rio, fiz exame, fiquei em quarentena no hotel e só cheguei ontem em casa. Estou sozinha, sem contato com meus pais, para cumprir os 14 dias de afastamento e estou aguardando o resultado do exame, porque é um procedimento do COB com atletas que estavam voltando da Europa", finalizou.