Após anunciar que abriu mão dos direitos de transmissão da Copa Libertadores e recorrer à Justiça para não pagar uma parcela do seu contrato com Fifa, a Globo informou aos seus parceiros comerciais que deixará de exibir corridas da F-1 a partir de 2021.
A informação foi publicada inicialmente pelo site Meio&Mensagem e confirmada pela reportagem nesta quinta-feira (27).
A emissora carioca tem contrato com a FOM (Formula One Management), braço comercial da categoria e que pertence ao grupo Liberty, até o fim desta temporada, em dezembro.
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No entanto, já avisou as suas anunciantes (Santander, Itaipava, Nivea, Renault e Tim) que não conseguiu chegar a um acerto para renovação do vínculo, em negociação desde o ano passado.
Como a próxima temporada só deverá começar em março de 2021 e a emissora brasileira representa um mercado significativo para a categoria, não está descartada a possibilidade de as partes reabrirem negociações.
A Globo fatura aproximadamente R$ 500 milhões com as cinco empresas e não registrou queda de audiência recentemente, mesmo sem a presença de brasileiros no grid nas duas últimas edições.
Segundo o PNT (Painel Nacional de Televisão), as transmissões da Globo alcançaram 98 milhões de pessoas nas 21 provas de 2019, melhor índice em oito temporadas e 13% acima do registrado em 2018.
Neste ano, a emissora marcou seu melhor desempenho na prova mais recente. O GP da Espanha atingiu 11 pontos em média em São Paulo (28% dos televisores), segundo o Ibope.
Assim como ocorreu com outros eventos do seu portfólio, porém, a empresa entende que os valores pedidos pela FOM estão fora do alcance num momento de crise econômica agravada pela pandemia.
A Globo transmite a F-1 desde 1972. No ano de 1980, a emissora abriu mão da competição, e a Band assumiu sua transmissão. Na ocasião,
Nelson Piquet ficou perto do título. A emissora carioca resolveu, então, voltar a investir no esporte a partir de 1981. Assim, pôde exibir a primeira conquista de Piquet.
Procuradas pela reportagem nesta quinta-feira, Globo e FOM não se manifestaram até a publicação deste texto.
O Brasil ficou fora do calendário de 2020 da F-1 por causa da pandemia, e não há uma prova garantida no país para o próximo ano.
O contrato da FOM com a Prefeitura de São Paulo para realizar o GP Brasil em Interlagos se encerra neste ano. A Interpub, empresa que organiza a corrida na capital paulista, avalia que sem TV aberta, principalmente a Globo, a prova poderá perder público e patrocinadores.
A empresa Rio Motorsports, que venceu a licitação para construir um autódromo no Rio de Janeiro (ainda sem autorização ambiental para sair do papel) e quer levar a F-1 para a cidade, também surge como potencial candidata a assumir os direitos de TV da categoria. Recentemente, a empresa adquiriu os direitos para exibir a Moto GP e as repassou ao canal Fox Sports, do grupo Disney.