O homem sempre sonhou poder voar. Mas não se engane, não estamos falando de aviões. Em 1797 foi realizado o primeiro salto com um protótipo, que mais parecia um guarda-chuvas, mas foi o passo inicial do paraquedismo. A partir deste dia, os apaixonados pelo esporte não pararam mais de realizar novos ajustes e criar tecnologias que fossem capazes de colocar o homem nas alturas. Em comemoração ao Dia do Paraquedista, trouxemos a história de alguém que entende muito bem do assunto.
Com 24 anos ininterruptos de prática do paraquedismo, o instrutor e empresário Laercio Neno Gomes, 57, coleciona cerca de três mil saltos. Ele iniciou no esporte por curiosidade depois de assistir uma palestra sobre o esporte no Aeroclube de Londrina. "Assisti, gostei e me inscrevi para o curso, desde então, nunca mais parei”, explicou. Hoje, Laercio atua como instrutor AFF e cinegrafista em queda livre pela Fly Paraquedismo.
O amor pela velocidade e adrenalina estimulou o paraquedista a iniciar no esporte. Como ele mesmo diz, "não há como explicar a sensação de poder enxergar o mundo de onde os pássaros enxergam". "Vou tentar descrever o sentimento: não é só me jogar do avião, sabe? Tudo faz parte de um grande ritual”, contou. Para ele, todo o processo é importante. Desde o momento que decide saltar, a chegada ao aeroporto, encontrar os amigos, dobradores de paraquedas, piloto do avião, separar e preparar os equipamentos, treinar com outros paraquedistas a queda livre, exercícios que serão executados, concentração e o churrasco e cerveja depois do salto com os amigos, fazem com que o medo e receio se dissipem.
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Mas será que as pessoas mais próximas acham loucura Laercio gostar tanto de um esporte tão radical? Sim, elas acham. O instrutor explica que experimenta todo tipo de reação quando diz que é paraquedista. "A maior parte da minha família sempre teve muito receio, desde o início até hoje, me perguntam o porquê depois de mais de 3 mil saltos eu ainda salto. A maioria das pessoas diz que acha fantástico, admira, mas que não é para elas."
Apesar disso, ele tem notado uma mudança significativa na ideia que os outros têm. Muitas pessoas curiosas aceitam os convites do instrutor para conhecer a área de saltos, e acabam querendo se aventurar também. A professora de inglês Glaucia Alecrin Timoteo Silva, 35, sempre gostou de esportes radicais. Ela não chegou a praticar um com frequência, até que em 2015 decidiu fazer um salto duplo. "Assim que pisei no chão pensei: 'Nossa, quero fazer isso sozinha!', e comecei as aulas de paraquedismo", relatou. Gláucea iniciou o curso em agosto e hoje está na metade do curso. "A sensação é incrível! Uma mistura de medo, liberdade, senso de responsabilidade, superação, felicidade e plenitude!”, descreveu.
O paraquedista Laercio explica que alunos iniciantes precisam assistir em média 10 horas de aula para conhecimento básico, depois acompanham o briefing, a reunião antes do salto. Após superarem os sete níveis exigidos, eles estão aptos a executarem salto solo sob supervisão de um instrutor. Entretanto, existe forma mais rápida e tranquila de conhecer o paraquedismo. Através do ‘Salto Duplo’, o passageiro não tem obrigações ou encargos e desfruta de todas emoções e sensações de um paraquedista.
Laercio realiza a maioria de seus saltos no Aeroporto 14 Bis, na Warta, mas também não dispensa outras paisagens do Brasil e exterior. Geralmente ele salta de aviões, e já experimentos saltos de outros tipos como, de balões, helicópteros, ultraleves, trikes e outros. O paraquedista faz parte da associação de paraquedismo @flyparaquedismo.
*Sob supervisão de Fernanda Circhia