O nadador paralímpico André Brasil processa, desde abril de 2019, o IPC (Comitê Paralímpico Internacional) buscando uma revisão do processo que o considerou inelegível para a prática do esporte adaptado.
A justificativa do órgão que rege o paradesporto mundial é que, na ocasião, ocorreu uma reclassificação em diversas modalidades, incluindo a natação. Com essa mudança, o brasileiro, que antes estava na classe S10 (que reúne os atletas de menor comprometimento funcional), ficou fora do padrão para nadar oficialmente. Dessa forma, está impedido de participar de qualquer competição.
Segundo o atleta, a decisão do IPC não levou em consideração tecnologia, ciência, imagens subaquáticas (no caso da natação) e exames médicos. “Infelizmente, não sou o único atleta a passar por esse tipo de situação perante o IPC. Muitos atletas de basquete em cadeiras de rodas que se classificaram para os Jogos Paralímpicos de Tóquio também foram repentinamente notificados de que não poderiam mais competir, pois o IPC decidiu alterar as regras de classificação. Atletas de tênis em cadeira de rodas enfrentaram o mesmo desafio, mas seu comitê local conseguiu negociar com o IPC um período de transição para permitir que competissem em Tóquio. Além de mim, outros tiveram essa oportunidade negada. Nossas carreiras foram encerradas pelo IPC, embora nossas condições médicas e deficiências nunca tenham apresentado qualquer grau de melhora”, declarou, através da assessoria de imprensa.
Leia mais:
Causada por traumas, doença do pugilista que atingiu Maguila pode afetar outros esportes
Evento para fãs exibirá McLaren do bi de Senna em São Paulo durante o GP Brasil
Vera Viel conta como luta a ajudou a descobrir câncer
Polícia abre inquérito por homicídio em acidente que matou atletas no PR
O processo prossegue na Alemanha e os tribunais exigem um depósito de 10 mil euros (aproximadamente R$ 63 mil). Além disso, o IPC exige um depósito de segurança inicial adicional no valor de 22 mil euros (R$ 137 mil).
“Fui excluído do esporte que mudou a minha vida e ainda preciso encontrar uma forma de obter esse valor necessário para me defender”, diz o atleta, que lançou na internet uma vaquinha virtual para buscar apoio para seguir à frente com o pedido de reversão.
“Essa luta é de todos que acreditam em um esporte inclusivo e não exclusivo”, concluiu. Em 15 anos de seleção brasileira, André Brasil conquistou 14 medalhas em Jogos Paralimpicos, 32 em Campeonatos Mundiais e 21 em Jogos Parapan-Americanos.
Estou lançando esta campanha por justiça no esporte adaptado. Meu sonho é que ninguém sofra o que sofri! Sigo com o processo na Alemanha e preciso arrecadar 32 mil euros, sendo 22 mil só para o IPC . É assim que os atletas são tratados!
— ANDRE BRASIL (@andrebrasils10) November 16, 2021
Segue o link: https://t.co/DHvbir2O4i pic.twitter.com/m5pFCI9uhE