A delegação do Brasil conquistou o recorde de ouros na história do país em Paralimpíadas. O Brasil subiu ao alto do pódio pela 22ª vez nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, superando a marca anterior, de 21 medalhas douradas, alcançada em Londres-2012.
A medalha do recorde foi obtida pela seleção brasileira, que derrotou a Argentina por 1 a 0 na final de futebol de 5. Com a vitória neste sábado (4), o Brasil garantiu o pentacampeonato no torneio (2004, 2008, 2012, 2016 e 2020).
A melhor campanha da história foi garantida com o ouro de Fernando Rufino, 36, na canoagem velocidade va'a masculino classe VL2 (com uso de braços e tronco na remada), no fim da noite de sexta. Até o momento, o Brasil tem 22 ouros, 17 pratas e 29 bronzes.
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Em Londres-2012, foram 21 ouros, 14 pratas e 8 bronzes. Na ocasião, a delegação brasileira terminou na sétima posição no quadro geral de medalhas.
O recorde total de medalhas do país ainda pertence à participação nos Jogos do Rio de Janeiro-2016, quando os brasileiros subiram 72 vezes ao pódio (14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes).
A boa campanha no Japão contou com grande contribuição do atletismo e da natação, esportes em que o Brasil tradicionalmente é forte.
O destaque nas piscinas foi Carol Santiago. A nadadora pernambucana, de 36 anos, estreou nos Jogos conquistando três ouros: 50 m e 100 m livre e 100 m peito S12 (atletas com deficiência visual). Ela também foi prata no revezamento 4 x 100 m livre misto (49 pontos) e bronze nos 100 m costas S12.
No masculino, Gabriel Araújo, de 19 anos, mostrou que a nova geração vem forte nas piscinas. Ele conquistou dois ouros (50 m costas e 200 m livre classe S2) e uma prata (100 m costas S2).
Tóquio-2020 marcou também a despedida de Daniel Dias, 33, maior medalhista da história do país nos Jogos Paralímpicos, com 14 ouros, 7 pratas e 6 bronzes.
No Japão, porém, enfrentando rivais fortes, que desceram de classe após os Jogos do Rio02016, o nadador não conseguiu contribuir para o recorde de ouros. Terminou sua campanha com três bronzes (100 m e 200 m livre S2 e revezamento 4 x 500 m livre misto 20 pontos).
Nas pistas, Yeltsin Jacques conquistou duas comendas douradas, nos 1.500 m e 5.000 m T11 (deficientes visuais). A vitória nos 1.500 m, que veio com novo recorde mundial, foi marcada pelo 100º ouro obtido pelo Brasil na história das Paralimpíadas. Ele ainda tentará o ouro na maratona T12 no próximo sábado, (4) às 18h50 (horário de Brasília).
Outro astro brasileiro das pistas, Petrúcio Ferreira, 24, confirmou o favoritismo e conquistou o bicampeonato paralímpico nos 100 m T47 (atletas amputados).
A boa campanha brasileira também foi apoiada por conquistas inéditas em outras modalidades. Alana Maldonado, 26, se tornou a primeira judoca do país a conquistar o ouro paralímpico, na categoria até 70 kg. Na final, a brasileira, de 26 anos, venceu Ina Kaldani, da Geórgia, por wazari e conquistou sua segunda medalha paralímpica, após a prata no Rio de Janeiro em 2016.
Mariana D'Andrea, 23, ganhou outro ouro inédito: no halterofilismo categoria até 73 kg. Ela levantou 137 kg na terceira tentativa e garantiu o título.
Na estreia do taekwondo em Paralimpíadas, o Brasil ficou com o primeiro ouro em disputa no masculino. Nathan Torquato, 20, foi o campeão da classe K44 (atletas com amputação unilateral do braço) na categoria até 61 kg.
Já no goalball, modalidade exclusiva das Paralimpíadas, a seleção brasileira conquistou um inédito ouro no torneio masculino ao vencer a China na final por 7 a 2.
O Brasil já havia subido ao pódio nas últimas duas edições dos Jogos Paralímpicos. Em Londres-2012, ficou com a prata ao perder para a Finlândia por 8 a 1 na decisão. Há cinco anos, no Rio de Janeiro, terminou com o bronze após bater a Suécia por 6 a 5.