A ITA (Agência Internacional de Testagem) confirmou nesta sexta-feira (11) o doping da patinadora russa Kamila Valieva, 15. Ela testou positivo antes do início das Olimpíadas de Inverno de Pequim.
Apesar do teste positivo, a RUSADA (Angência Antidoping da Rússia) retirou a suspensão da atleta para que ela pudesse se preparar para competir na China. A ITA e a WADA (Agência de Antidopagem) avisaram que vão recorrer ao CAS (Conselho Arbitral do Esporte) contra essa decisão russa.
O doping de Valieva aconteceu no Campeonato Russo de Patinação Artística, em dezembro do ano passado. O resultado da contraprova, divulgado na última terça-feira (8), também foi positivo. Foi encontrada trimetazidina, medicamento para tratamento de doenças cardiovasculares.
Um dia antes da contraprova, a atleta ajudou sua equipe a conquistar ouro por equipes. Se o CAS decidir que ela não poderia participar, a medalha será cancelada. A decisão deverá sair até a próxima terça-feira (15), quando Valieva espera voltar a competir nas Olimpíadas. Ela é favorita a vencer novas provas na patinação artística. Segundo a Associated Press, a adolescente tem o apoio incondicional do governo russo.
Como tem apenas 15 anos, Valieva pode receber apenas uma advertência.
"Esperamos pelo processo terminar. E nós apoiamos Kamila Valieva de maneira irrestrita e conclamamos todos a apoiá-la. Nós dizemos a ela: 'Kamila, não esconda seu rosto, você é uma mulher russa, ande com orgulho em todos os lugares e, mais do que isso, disputa e vença contra todos", afirmou o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov.
Para o porta-voz do COI (Comitê Olímpico Internacional), Mark Adams, casos como esse não "ajudam em nada" a imagem dos Jogos.
Assim como aconteceu nas Olimpíadas de Tóquio, no ano passado, a Rússia compete em Pequim sem sua bandeira ou hino nacional. O país está suspenso por causa de acusações de acobertar o uso de substâncias proibidas por atletas nos últimos anos.