O Londrina Esporte Clube vai praticamente dobrar seu orçamento anual em 2026, ano em que disputará a Série B do Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil, após dois anos de ausência, e o Campeonato Paranaense.
O executivo de futebol do clube, Lucas Magalhães, revelou em entrevista à rádio Clube FM que o orçamento previsto para o próximo ano será de cerca de R$ 25 milhões.
“Foram dois anos de déficit. Os balanços são públicos. O planejamento era entre R$ 12 milhões e R$ 13 milhões na Série C, considerando todo o clube, sem contar os investimentos, e para o próximo ano deve ficar em torno de R$ 25 milhões ou mais, um salto muito grande em relação ao último orçamento”, afirmou.
O clube trabalha com a expectativa de iniciar uma nova fase, buscando equilíbrio financeiro após um período de déficits.
“Se for para dizer de zero a dez o quanto estamos próximos do que planejamos, eu diria que estamos em dez, muito próximos do que projetamos no começo. É um projeto estruturado. A Squadra é um projeto sustentável, baseado em investimento. O Londrina é um clube deficitário: o orçamento atual tem uma receita cerca de quatro vezes menor do que o necessário para cobrir os custos. Patrocínio não sustenta, e a cota da Série C paga apenas duas folhas salariais. Mas não temos do que reclamar, está tudo dentro do planejado”, explicou Guilherme Bellintani, ainda antes do término da Série C.
Com o acesso, o cenário muda. O projeto previa três anos de déficit na Série C, mas a subida antecipada altera o patamar e o status financeiro do clube, dobrando o orçamento já para o primeiro ano na Série B, e buscando equilíbrio para que o LEC torne-se sustentável.
Melhoria estrutural
O valor orçamentário divulgado não inclui os investimentos estruturais que serão realizados pela Squadra Sports. Bellintani garantiu que, com o acesso, os valores destinados a obras e infraestrutura serão quadruplicados.
O principal projeto é o centro de treinamentos do Londrina, que deve ter as obras iniciadas nos próximos dias e a primeira fase concluída ainda no primeiro semestre de 2026. Assim que os dois primeiros campos estiverem prontos, os treinamentos serão transferidos para o local, mesmo que os vestiários ainda não estejam finalizados. O elenco deve se deslocar do VGD para o CT durante os treinos, preservando o gramado do estádio. O investimento total nas três fases do CT será de R$ 17 milhões.
Outro ponto de atenção é o próprio VGD, que passará para a segunda etapa do projeto de melhorias. Independentemente da troca do gramado, a fase inclui intervenções estruturais, como reformas em áreas internas. Bellintani destacou que o investimento no estádio será maior com o time na Série B, conforme previsto.
Vale destacar que essa fase não contempla a ampliação da capacidade do VGD, que já atende às exigências da Série B, com capacidade mínima de 5 mil torcedores. O estádio comporta, após a fase 1 das reformas, 8.017 torcedores, tamanho considerado suficiente.
“Na Série B, teremos uma segunda etapa de investimento no VGD, de forma mais robusta, porque naturalmente o orçamento melhora. Há um investimento garantido na área dos banheiros, que será feito antes do próximo ano. Outros investimentos virão conforme o aumento da receita. Na Série B, o investimento será cerca de quatro vezes maior do que o que faríamos se permanecêssemos na Série C”, detalhou o dirigente.
Por fim, Bellintani reforçou a meta de profissionalizar ainda mais a gestão: “Queremos gerir o Londrina como uma empresa, com orçamento pré-determinado, capacidade de ampliar a receita e boa gestão no dia a dia. Precisamos que o Londrina seja visto como uma empresa bem organizada, que, por outro lado, também apresente um bom futebol”, completou.
Essa mudança também envolve a transição no comando administrativo da SAF. Com a saída de Paulo Assis, profissional mais ligado ao futebol, que foi para o América-MG, Bellintani optou por trazer Armando Chekerdemian, especialista em finanças, para assumir o cargo de CEO do Londrina e ser o principal responsável pela área financeira do clube.