O Londrina se movimenta para reforçar o elenco visando a intensa temporada de 2026, que começa em janeiro e se estende até o fim de novembro. O departamento de mercado do clube, responsável por indicar nomes à diretoria e à comissão técnica, avalia que o futebol brasileiro vive um momento de forte inflação e encarecimento, o que tem dificultado negociações com alguns atletas.
Analista de mercado do LEC, Gustavo Dias reconhece que o “boom” financeiro dos últimos anos tem elevado os custos do futebol nacional e criado incertezas sobre o cenário futuro. Segundo ele, essa realidade também tem levado o Londrina a olhar com mais atenção para o mercado sul-americano, alternativa que tem sido adotada por vários clubes das divisões inferiores.
“Há possibilidades e estamos avaliando tudo. Hoje há muitos estrangeiros na Série B, e seguimos atentos ao mercado. O futebol brasileiro ficou mais caro nos últimos anos, deu um ‘boom’ de valores. Não sei onde isso vai parar, mas uma Série B é muito mais cara do que era em 2022 ou 2023, com certeza”, afirmou Gustavo em entrevista à Paiquerê 91,7 nesta terça-feira (11).
O departamento de mercado do Londrina é formado por profissionais com ampla experiência no futebol brasileiro. Além de Gustavo Dias, que passou por Vila Nova e Atlético-GO, integram o grupo Victor Aurélio Silva (ex-Flamengo, Atlético-MG e Bahia), Cássio Santos (ex-Vitória) e Caio Gondo (ex-Goiás). Todos atuam dentro da plataforma da Squadra Sports, comandada por Guilherme Bellintani, que também gerencia projetos em clubes como Linense-SP, Ypiranga-BA, Conquista-BA e VF4-PB.
Para a montagem do elenco de 2026, o Londrina conta com o trunfo de ter garantido calendário completo após o acesso à Série B, além de dispor de um projeto sólido que tem passado credibilidade a empresários e atletas. Apesar disso, o clube reconhece a dificuldade de competir financeiramente especialmente equipes do Campeonato Paulista.
“O Paulistão é uma competição à parte. É preciso ser muito agressivo no mercado para competir com o Campeonato Paulista. O recado que demos nos últimos anos, a organização do Londrina, a atmosfera criada pelo clube, pela cidade e pela torcida, tem sido fundamental para convencer alguns atletas”, destacou o analista.
As duas principais divisões do Campeonato Paulista possuem um poder financeiro que acaba inflacionando o mercado no início da temporada. Clubes da Série A2, por exemplo, têm oferecido salários superiores aos pagos pelo Londrina na Série C, o que eleva os valores de referência e complica o planejamento de equipes fora do estado de São Paulo.
“Desde que a Squadra assumiu, o Guilherme (Bellintani) adota uma política de muito pé no chão. O que ele define como meta orçamentária no início do ano, procuramos cumprir. Há muita responsabilidade quando fazemos uma proposta ou buscamos um atleta. Neste início, com o mercado muito aquecido, há um pouco de dificuldade, porque existem várias sondagens e promessas, e os atletas tendem a esperar um pouco mais, na expectativa de uma proposta melhor”, explicou Dias.
“Alguns ficam aguardando para ver se chega alguma oferta do Paulistão, que tem a maior visibilidade entre os estaduais. Mas, no geral, o trabalho tem sido positivo. Começamos esse processo de bastidores em setembro e outubro, e desde então já tínhamos vários atletas no radar”, completou o analista do LEC.
A tendência é que os primeiros reforços comecem a assinar com o Londrina nos próximos dias. Como grande parte dos alvos do clube ainda está em atividade nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro, os anúncios oficiais devem ocorrer entre o fim de novembro e o início de dezembro.