Londres - O atacante Matheus Cunha, que está com a seleção brasileira para os amistosos contra Senegal e Tunísia, disse nesta terça-feira (11) que o elenco espera mostrar que o trabalho do técnico italiano Carlo Ancelotti dará frutos na Copa do Mundo de 2026.
"Queremos demonstrar o que é o Brasil (...). Queremos mostrar que o que está sendo construído é muito sólido", comentou o jogador do Manchester United em entrevista coletiva em Londres, onde a seleção enfrentará o Senegal no próximo sábado (15).
Três dias depois, em Lille, na França, o adversário será a Tunísia.
"O objetivo final é a Copa do Mundo. É um grupo com muita fome, vontade de trabalhar e demonstrar para o mundo nossa capacidade", acrescentou Matheus Cunha.
Nos amistosos de outubro, o Brasil goleou a Coreia do Sul por 5 a 0, em Seul, e sofreu uma derrota inédita para o Japão, por 3 a 2.
Figura habitual nas convocações de Ancelotti, Matheus Cunha acredita que sua versatilidade é uma base para ser chamado para o Mundial do ano que vem.
"Estar na Seleção Brasileira, sem dúvida nenhuma, é o momento em que você tem que demonstrar o seu máximo (...). Ajuda bastante para você voltar, para você estar aqui, demonstrar para ele [Ancelotti] que, independentemente da forma que ele quer jogar, vai fazer valer a pena e ele pode me usar em diferentes posições", comentou o atacante. "Chego muito mais maduro", ressaltou.
LUCIANO JUBA
Já o lateral-esquerdo Luciano Juba, do Bahia, comemorou sua primeira convocação. "A gente sabe que todo jogador sonha com uma Copa do Mundo. Se eu continuar me destacando no meu clube, se puder aproveitar essa oportunidade da melhor maneira, com fé em Deus posso ter a chance", disse o jogador.
Luciano Juba viveu na segunda-feira (10) seu primeiro dia como jogador da seleção. Desembarcou em Londres pela manhã, treinou à tarde no CT do Arsenal e detalhou, em entrevista à CBF TV, sua história de superação e vitórias para chegar à Amarelinha.
“É um dia muito especial para mim, minha primeira convocação, meu primeiro treino. Vai ficar muito marcado na minha vida. Treinar ao lado de grandes jogadores é uma honra para mim. Agradeço a Deus por tudo que está fazendo na minha vida. Que eu possa aproveitar essa oportunidade da melhor maneira”, comemorou.
O jogador de 26 anos relembrou do momento em que viu e ouviu seu nome ser anunciado pelo técnico Carlo Ancelotti. “Passou um filme na cabeça de quando comecei a sonhar em vir para a Seleção até o momento de ver meu nome na TV sendo chamado, do dia em que comecei a jogar bola, do dia que comecei a treinar no Serra Talhada, de quando passei pela base do Sport, de quando virei profissional. Ver meu nome ali significou que tudo que passei e conquistei valeu muito a pena desde o começo da minha carreira até aqui”, descreveu.
Após anunciar o destaque do Bahia e um dos principais laterais esquerdos do país nesta temporada como um dos 26 escolhidos para a última Data Fifa do ano, Ancelotti teceu elogios a Juba, que soma seis gols e oito assistências em 2025, números destacados para sua posição.
“Um perfil técnico muito importante. Fez uma assistência muito boa para o gol do Bahia (em jogo contra o Internacional, pelo Brasileirão), no sábado (8). Um jogador que pode jogar também por dentro. Acredito que pela evolução dele, ele merece que a gente faça uma avaliação dele”, disse Ancelotti.
Natural de Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife, Luciano Juba não iniciou sua carreira no futebol em uma idade tão jovem. Por volta dos 15 anos, enquanto lutava por uma vaga nas categorias de base de alguma equipe, trabalhava com seu avô. Por este motivo, muitas vezes deixava de estudar para ajudá-lo, mas hoje, ao olhar para trás, não se arrepende. Pelo contrário: tem orgulho de si.
"Saíamos cedinho de casa e só voltávamos tarde da noite, às vezes não dava tempo de ir para a escola. Tenho certeza que isso valeu muita pena. Hoje, graças a Deus, já dei uma vida bem melhor para minha família e estou agora na seleção”, contou.
"É bastante coisa que a gente passa. E quando você chega aqui na seleção, e não só quando eu cheguei aqui, mas quando consegui virar profissional também e ajudar a minha família, já foi ali um sonho realizado, já deu para ver que valeu a pena ter passado por tudo. Creio que hoje eu me sinto ainda mais honrado de ter vivido tudo isso e espero que eu possa continuar a crescer ainda mais”, completou.