O Londrina busca patrocínios mais robustos para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro em 2026. Guilherme Bellintani, dono da Squadra Sports, empresa que administra a SAF do clube, revelou que haverá reuniões com empresas locais nos próximos dias. O objetivo é firmar parcerias que tragam dois ou três novos patrocinadores principais, aproveitando o momento de maior exposição após o acesso à segunda divisão nacional.
“Estamos com uma expectativa e queremos dois ou três patrocinadores maiores. Vamos agora, em novembro, começar a conversar com o empresariado local. Temos empresas muito grandes na cidade, e é fundamental essa ajuda, essa aproximação, que o empresário local se junte a nós nesse projeto”, explicou Bellintani em entrevista à Paiquerê 91,7 nesta segunda-feira (10).
Durante a Série C deste ano, o LEC jogou praticamente toda a competição sem um patrocinador máster. A exceção foi a final, quando a Pado, empresa de cadeados da região, estampou seu nome na camisa do time nos dois jogos contra a Ponte Preta, com o novo uniforme azul celeste lançado especialmente para a decisão.
Para 2026, o clube pretende apresentar a solidez do projeto e aproveitar a visibilidade da Série B para valorizar seus contratos de patrocínio. A expectativa de receita orçamentária do clube para o próximo ano é de R$ 25 milhões.
Liga forte
Bellintani reconheceu que o valor repassado aos clubes da Série B pelas ligas, tanto pela Liga Forte União (LFU), da qual o LEC faz parte, quanto pela Libra, é limitado e não cobre todas as despesas. No início de 2025, foi revelado que o valor seria de R$ 14 milhões, mas isso não chega em sua totalidade aos cofres.
“O valor de R$ 14 milhões não é real no absoluto, porque dentro disso estão todos os custos logísticos, aproximadamente R$ 2 milhões com passagens e hospedagens. Então, desses R$ 14 milhões, caímos para R$ 12 milhões. Dos R$ 12 milhões, ainda há descontos, taxa de condomínio, percentual do investidor... Fica mais ou menos R$ 9 milhões líquidos. Para um clube de Série B, o que o Londrina deve receber no ano que vem é um valor pequeno quando se compara, historicamente, à receita da competição. Há cinco, seis, sete anos, já se ganhava mais do que isso. Por isso, os clubes pediram auxílio à CBF neste ano”, explicou.
As equipes da Série B solicitaram recentemente à CBF um auxílio emergencial de R$ 2,5 milhões para reforçar suas receitas na reta final da competição, diante das dificuldades financeiras.
Bellintani reforçou a importância do apoio da cidade ao projeto. O Londrina conquistou o acesso à Série B mesmo com uma das menores folhas salariais da Série C, e a diretoria reconhece que o orçamento seguirá modesto em relação aos concorrentes em 2026. O nível de competitividade, segundo ele, dependerá diretamente do engajamento local.
“O desafio financeiro é muito grande. Para se manter na Série B com saúde financeira, vamos precisar de criatividade e do apoio da cidade, dos patrocinadores e dos torcedores, que têm ajudado comparecendo, patrocinando e investindo no clube. O Londrina vai ter o tamanho que a cidade quiser que ele tenha. Se tivermos o apoio do torcedor e dos patrocinadores, vamos poder sonhar mais alto. Se não tivermos, vamos devagarzinho, com um investimento menor”, concluiu Bellintani, repetindo o discurso que fez após o acesso à Série B, no VGD, depois do empate com o São Bernardo.
Reconexão com a torcida
Bellintani destaca que a principal conquista do Londrina em 2025 não foi apenas dentro de campo, com o acesso à Série B e a vaga na Copa do Brasil, mas fora dele, na retomada da ligação com o torcedor. A média de público no VGD chegou a 5.800 pessoas, a quarta maior da Série C. “Talvez o maior resultado tenha sido a relação com a cidade. O torcedor voltou a se empolgar com o time e a entender a importância de ter um clube conectado com seu povo e sua história. Foi um grande desafio que conquistamos”, afirmou.
O dirigente ressaltou que o projeto segue com cautela e visão de longo prazo. “Estou animado com o que vem pela frente, sempre com os pés no chão e controlando as expectativas. É um trabalho de longo prazo, com percalços e dificuldades. O clube não tinha centro de treinamentos, estamos começando a construir. Não havia jogadores contratados quando chegamos, montamos tudo do zero. Temos uma história para ser escrita. Depois de um bom 2025, teremos um 2026 de pé no chão, sem grandes sonhos, mas avançando passo a passo”, completou.