Futebol

Zagueira do Londrina EC é convocada para a Seleção Paraguaia sub-20 e mira Copa América

25 jan 2025 às 11:57

Com apenas 18 anos, Dahiana Espinola Galeano vai defender a seleção esportiva do Paraguai pela segunda vez. Ela atua há dois anos como zagueira no sub-20 do Londrina Esporte Clube/Colégio Estadual Tsuru Oguido, o LEC Feminino.


A jogadora foi convocada para a Seleção Paraguaia de Futebol da categoria, que inicia um ciclo de treinamento para a Copa América Feminina 2025 na próxima segunda-feira (27). Dahiana vai se apresentar na Associação Paraguaia de Futebol, na capital Assunção, para treinos intensivos com duração de dois dias. As atletas que se destacarem na seletiva enfrentarão a equipe brasileira no Campeonato, além dos outros times que estão no grupo B da competição, com data marcada para o segundo semestre deste ano.


Ao receber a notícia na quinta-feira (23), foi parabenizada pela equipe técnica e pelas amigas que também jogam no Tsuru. “Senti uma felicidade, orgulho e uma sensação de chegar a um objetivo que todo jogador sonha”, relata a jovem.


Paixão antiga


Paraguaia nascida em Obligado, Itapúa, em 2006, Dahiana chegou ao Brasil em 2023 buscando uma oportunidade para crescer como jogadora. O amor pelo esporte começou no país vizinho aos 8 anos de idade, quando treinava na escolinha de futebol de sua cidade natal. Aos 12 anos se mudou para atuar no San Luis Gonzaga, e vestiu a camisa do time de futsal por quatro anos, jogando pelo time na Copa América Feminina de Futsal em 2019.


Já em 2022 foi convocada para a categoria sub-18 da Seleção Paraguaia de Futsal Feminino. Após conquistar títulos nacionais e internacionais, o foco de Espinola retornou ao futebol, e a mudança de país para defender o Tubarão ocorreu aos 16 anos, chegando para atuar na zaga da categoria sub-17.


Dahiana conta que teve dificuldade para entender o idioma no início, afirmando que o português falado pelos brasileiros que moram no Paraguai é mais fácil de assimilar. “Eu lembro que às vezes usava um tradutor para falar com o professor e as meninas. Demorei um pouco para aprender a falar bem, foi todo um desafio, mas agora já estou me comunicando muito bem. Também a cultura diferente, os costumes, comidas; foi bom conhecer cidades e ter experiências novas”, relembra a jogadora.


O técnico do LEC Feminino, Johnny Gonçalves, afirma que a paraguaia é aguerrida e resiliente, que “saiu de uma outra cultura e língua, e conseguiu suportar muito bem esse processo”. Ele recorda da primeira disputa de Espinola com o time, o Campeonato Brasileiro Escolar de Futebol Feminino 2023, realizado no Tocantins. Recém-chegada ao Brasil, Dahiana conseguiu ser inscrita na competição a tempo, mas como as passagens aéreas já haviam sido compradas antes de sua contratação, ela não poderia viajar no mesmo voo que a equipe.


Para não perder a grande oportunidade, fez uma viagem de ônibus com escala até Palmas e estreou em seu primeiro campeonato no Brasil. “Ela tinha acabado de chegar com outro idioma, tudo novo, tudo diferente, e conseguiu fazer esse trajeto. Isso aí mostra a resiliência e a força dela. Ela é uma menina muito determinada”, explica Gonçalves com orgulho.


Carreira em solo pé-vermelho


A estrangeira veio acompanhada da família em 2023, e finalizou o ensino médio no Colégio Estadual Cívico Militar Tsuru Oguido, no Jardim Santa Rita. Atualmente Dahiana vive no alojamento de atletas da Bratac Seda, fabricante de tecelagem na zona Oeste de Londrina e uma das patrocinadoras do LEC Feminino. O campo de futebol do local é usado para os treinos da equipe, e além da hospedagem gratuita, a fábrica oferece almoço e jantar sem custo para as jogadoras que vieram de fora da cidade.


“Moro na Bratac com as meninas e me sinto completamente agradecida. Tudo que o time nos dá, não é qualquer time de futebol feminino que tem”, conta Espinola, se referindo também a bolsa atleta que recebe do Tsuru, em forma de ajuda de custo.


Além do apoio de moradia e alimentação, Dahiana usufrui de uma bolsa 100% gratuita para cursar Fisioterapia na UniCesumar Londrina, outra patrocinadora da equipe. Ela está no primeiro ano da graduação, e concilia os estudos com os treinos e jogos.


Seu foco principal é mostrar a dedicação e amor que tem pelo esporte, que cresceram ainda mais com sua atuação no Brasil. “Conseguir duas convocações da seleção do meu país, e em duas modalidades, é uma alegria imensa. Vou seguir me esforçando mais e mais para conseguir mais objetivos, e agora vou demonstrar que aprendi bastante sobre o futebol, e no Brasil ainda, que é um país destacado no esporte”, finaliza Espinola.


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