Enquanto no futebol masculino o Lyon ainda persegue o primeiro escalão europeu e surpreendeu ao chegar às semifinais da Champions League, sua equipe feminina é a responsável por estabelecer a régua do que há de melhor entre as mulheres no futebol de clubes da Europa.
Neste domingo (30), contra o Wolfsburg, as francesas vão em busca do seu sétimo título da Champions League, o quinto de forma consecutiva. Um domínio absoluto que, no masculino, apenas o Real Madrid de Di Stéfano conseguiu em mais de 60 anos do torneio, com as cinco taças seguidas de 1956 a 1960.
A decisão acontece às 15h (de Brasília), na Espanha, e terá transmissão da ESPN Brasil.
Dono dos recordes de finais disputadas (11) e taças conquistadas na competição, o Lyon não sabe o que é perder um jogo oficial desde maio de 2018, quando foi derrotado pelo Paris Saint-Germain (FRA) na final da Copa da França.
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As equipes se enfrentaram em duelo equilibrado na semifinal desta edição da Champions, mas as parisienses, na busca por se consolidar como uma força do futebol feminino no continente, sucumbiram diante das rivais, que fizeram valer a experiência adquirida nas várias campanhas de sucesso no torneio.
Essa maturidade do Lyon está personificada nas figuras da goleira Sarah Bouhaddi, 33, e da zagueira e capitã Wendie Renard, 30, autora do gol que colocou o time em mais uma decisão europeia.
As duas estiveram nas oito finais de Champions que o clube alcançou de 2010 até aqui e foram peças decisivas nos seis títulos conquistados pela equipe. Além delas, a meia Amandine Henry e a atacante Eugénie Le Sommer estiveram em sete decisões.
"Na França e na Europa, todos querem derrubar o Lyon. Sentimos orgulho de estarmos onde estamos e queremos mais e mais. É o que nos faz sentir vivas e nos permite melhorar. Você conhece a Wendie [Renard], conhece a Eugénie [Le Sommer]. Nosso objetivo é conquistar tudo e vencer todo mundo", diz a goleira Bouhaddi, que marcou o gol na disputa por pênaltis que deu ao Lyon o título da Champions na temporada 2016/2017, sobre o PSG.
Do outro lado da decisão deste domingo está provavelmente o time mais capaz de encerrar o domínio contínuo das francesas, o Wolfsburg (ALE), bicampeão do torneio e segundo colocado no ranking da Uefa, atrás apenas do clube francês.
Assim como o Lyon, as alemãs também conquistaram a liga e a copa nacionais nesta temporada e chegam para a final em San Sebastián, no País Basco, com uma invencibilidade de 40 partidas.
A última derrota do Wolfsburg em um jogo oficial ocorreu justamente para o Lyon, nas quartas de final da Champions 2018/2019, em março do ano passado.
O clássico europeu, inclusive, tem sido a pedra no sapato das alemãs nas edições recentes da Champions League. Já são quatro derrotas consecutivas para as francesas, duas delas na final (em 2016 e 2018).
A atacante e capitã do Wolfsburg, Alex Popp, 29, esteve em todos os sete confrontos com o Lyon na história da competição.
Popp experimentou a glória em 2013, quando foram campeãs, mas também a frustração das últimas edições, principalmente na decisão em 2018, quando foi expulsa na prorrogação e viu a equipe levar a virada em mais um revés para as francesas.
"Elas são a [equipe] número 1 da Europa e nós obviamente queremos colocar um fim nisso", diz a atacante alemã, uma das quatro mulheres que já disputaram mais de 75 partidas em competições da Uefa.
O Wolfsburg tem a seu favor o fato de que o clube, ao contrário do Lyon, pôde terminar a sua temporada da Bundesliga em campo, com um calendário de jogos que ocupou os meses de maio e julho e deram à equipe ritmo de jogo para encarar a fase final da Champions.
Após golear as escoesas do Glasgow City nas quartas de final por 9 a 1, o clube alemão superou na semi o Barcelona para alcançar sua quinta decisão europeia. As catalãs haviam sido finalistas na última edição.
Por outro lado, com o fim da temporada local, as alemãs perderam a meio-campista islandesa Sara Björk Gunnarsdóttir, que depois de seguidas derrotas para o Lyon no torneio, decidiu se juntar a elas.
Apesar da saída de Gunnarsdóttir e da invencibilidade das rivais, que já dura dois anos, Alex Popp acredita que o Wolfsburg está mais preparado do que há duas temporadas para encerrar o incômodo jejum diante das francesas e voltar a conquistar o título.
"Não acho que tivemos uma temporada tão forte como a deste ano. E isso nos dá confiança para disputarmos novamente a final da Champions League. Nós declaramos no início da temporada que nosso objetivo era conquistar a Champions", completa a atacante.