A goleada de 5 a 1 sobre o Binacional (PER), na última rodada da fase de grupos da Copa Libertadores, não diminuiu a frustração do São Paulo pela eliminação precoce no torneio, mas pelo menos garantiu ao clube um prêmio de consolação: a vaga na Copa Sul-Americana.
Nesta quarta-feira (28), contra o Lanús (ARG), às 19h15 (Conmebol TV) , na região metropolitana de Buenos Aires, a equipe do técnico Fernando Diniz estreia na competição, que dará aos tricolores uma nova chance de encerrar o jejum de oito anos sem títulos.
Seu adversário nas oitavas de final não entra em campo por competições desde março, quando a pandemia paralisou o futebol argentino.
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Cenário parecido com o enfrentado pelo River Plate (ARG), que foi ao Morumbi em setembro encarar os são-paulinos na Libertadores após seis meses de inatividade. O que se viu em campo, porém, foi um time extremamente organizado. O outro, dominado em sua própria casa, foi quem pareceu prejudicado pela falta de ritmo.
Semanas depois do empate em 2 a 2, o São Paulo foi à Argentina precisando vencer o River para seguir com vida no torneio continental. Perdeu por 2 a 1 e confirmou a eliminação, sua primeira na fase de grupos desde 1987.
Apesar de somar mais um fracasso recente à lista de participações ruins em torneios de mata-mata, há de se considerar que os comandados de Fernando Diniz caíram para um clube que, de 2015 para cá, chegou em três finais de Copa Libertadores e venceu duas.
O fiel da balança foi perder para o Binacional na estreia, no Peru, os únicos três pontos que os peruanos fizeram em toda a campanha.
Ser derrotado pelo time de Marcelo Gallardo não deveria ser considerado um vexame. O que preocupa é o histórico recente do São Paulo contra adversários que, ao contrário do River, não estão no primeiro escalão do futebol argentino.
No ano passado, o clube do Morumbi foi eliminado da Libertadores ainda na segunda fase qualificatória da competição pelo Talleres (ARG).
A equipe de Córdoba nunca foi campeã argentina e seu principal título foi a Copa Conmebol de 1999, vencida sobre o CSA, de Alagoas.
O empate sem gols no Morumbi depois da derrota por 2 a 0, na Argentina, custou aos são-paulinos a continuidade no torneio e o emprego do treinador André Jardine, demitido do cargo.
Antes da queda para o Talleres, outros dois argentinos com menos tradição em competições internacionais aprontaram para cima do São Paulo, ambos na Sul-Americana.
Na edição de 2017 do torneio, o clube encarou na primeira fase o Defensa y Justicia (ARG), então comandado por Sebastián Beccacece, que por muitos anos foi auxiliar de Jorge Sampaoli.
A equipe de Rogério Ceni, então técnico tricolor, empatou sem gols na Argentina e precisava apenas de uma vitória simples no Morumbi para garantir a classificação. Na partida de volta, Thiago Mendes abriu o placar com cinco minutos de jogo, mas Castellani empatou logo na sequência, e, com o placar finalizado em 1 a 1, o São Paulo se despediu da competição.
Em 2018, também na Copa Sul-Americana, o time paulista, sob o comando de Diego Aguirre, enfrentou o Colón (ARG) pela segunda fase. Assim como o Defensa y Justicia, o clube de Santa Fe, fundado em 1905, nunca foi campeão argentino.
O primeiro jogo, disputado no Morumbi, terminou com vitória dos argentinos por 1 a 0. Foi a primeira vez que o São Paulo perdeu para uma equipe do país jogando em seu estádio por torneios da Conmebol.
Na volta, em Santa Fe, os são-paulinos buscaram reverter a série e venceram os donos da casa por 1 a 0, gol de Liziero. A decisão foi para os pênaltis, e Bruno Alves desperdiçou para o time tricolor. Os argentinos acertaram as cinco cobranças e eliminaram o São Paulo.
O Lanús, ainda que não seja um River Plate, é mais copeiro do que seus pares Defensa y Justicia e Colón. Nos últimos anos, o clube da região metropolitana de Buenos Aires conquistou a Copa Sul-Americana (2013) e se sagrou campeão argentino (2016), além do vice na Libertadores de 2017, para o Grêmio.
Mais do que se preocupar com o adversário, o São Paulo precisa provar novamente a sua força em jogos continentais. Nesta quarta, no estádio La Fortaleza, terá a oportunidade de recuperar parte de sua mística internacional.
LANÚS
Lautaro Morales: Leonel Di Plácido, Ousmane N'Dong, Guillermo Burdisso, Alexandro Bernabei; Facundo Pérez, Tomás Belmonte, Lucas Vera; Franco Orozco, José Sand, Pedro De la Vega. T.: Luís Zubeldía
SÃO PAULO
Tiago Volpi; Tchê Tchê, Bruno Alves, Diego Costa e Reinaldo; Luan, Daniel Alves, Gabriel Sara e Igor Gomes; Brenner e Luciano. T.: Fernando Diniz
Estádio: Ciudad de Lanús, em Lanús (ARG)
Horário: 19h15 (de Brasília) desta quarta-feira (28)
Árbitro: Chrystian Ferreira (URU)
Transmissão: Conmebol TV