Lionel Messi sorriu bastante em 2023. Com a camisa do Inter Miami, clube norte-americano para o qual se transferiu, e sobretudo com o uniforme da seleção da Argentina, o craque viveu uma temporada de celebração, sem a tensão vivida em momentos anteriores.
O atacante completou 36 anos em junho e disse estar sentindo-se um menino, correndo atrás da bola. Um ano após o triunfo na Copa do Mundo, no Qatar, livre do peso dos fracassos em outras edições do torneio, está "aproveitando os dias".
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"Após a conquista da Copa do Mundo, pensei que o ciclo estava fechado, mas muito pelo contrário. Mais do que nunca, quero servir o meu país. Sofremos muito durante vários anos e agora estamos vivendo um momento incrível. Desejo desfrutar dele", afirmou.
Cada encontro de Messi com os argentinos tem sido uma celebração. Foi assim na primeira partida da seleção em casa após o título - um amistoso contra o Panamá, no qual ele fez um golaço de falta - e nos duelos pelas Eliminatórias do próximo Mundial.
Entre sorrisos e lágrimas de emoção, o craque tem sido o principal responsável por colocar a Argentina na liderança do torneio classificatório, com cinco vitórias em seis jogos, incluindo um triunfo sobre o Brasil no Maracanã. Ele balançou a rede três vezes na competição.
Incluindo na conta os amistosos, o camisa 10 marcou oito vezes pelo time nacional ao longo do ano. Já com o uniforme rosa do Inter Miami, foram mais participações em gols do que jogos. Ele marcou 11 vezes e deu cinco assistências em 14 partidas, liderando a equipe na conquista do primeiro título de sua história, o da Leagues Cup, em agosto.
Antes discreto em suas celebrações, Messi comemorou alguns desses gols com gestos descontraídos, com imitações de gestos característicos de heróis como Thor, Homem-Aranha e Pantera Negra. Diz o craque que é um pedido dos filhos, mas a MLS (Major League Soccer, a liga norte-americana) tem acordo comercial com a Marvel.
Depois de seu primeiro troféu nos Estados Unidos, Lionel voltou à Europa para receber, pela oitava vez, a "Bola de Ouro" da revista France Football, o que o isolou ainda mais como maior vencedor do prêmio.
A premiação considerou os feitos do argentino na temporada 2022/23, mas não foram os 21 gols e as 20 assistências em 41 jogos pelo Paris Saint-Germain ou o título do Campeonato Francês que o credenciaram a levar o troféu.
A premiação foi mais uma forma de celebrar sua atuação na Copa do Mundo no Qatar. O astro anotou sete gols, dois deles na decisão contra a França, além de ter dado três assistências, com atuações que o fizeram ser eleito o melhor jogador da competição.
No prêmio da revista francesa, ele desbancou Erling Haaland, do Manchester City, e Kylian Mbappé, seu ex-companheiro no PSG e seu adversário na final do Mundial.
"Se você não insiste nos seus sonhos, como eu fiz, as coisas não acontecem. Eu insisti e consegui", disse o argentino.
A conquista da Copa do Mundo também motivou Messi a deixar o futebol europeu. Ele mesmo reconheceu que havia chegado a hora de buscar uma liga com menos pressão e por isso escolheu os Estados Unidos.
Em Paris, ele não estava feliz. A relação com o clube e, principalmente, com os torcedores foi, durante a metade final de sua passagem, complicada devido aos fracassos na Champions League.
"Ir a Paris não era algo que eu queria. Eu não queria sair do Barcelona, e isso foi de um dia para outro", admitiu recentemente. "É o oposto completo do que está acontecendo agora [nos Estados Unidos], graças a Deus."
O "agora" a que ele se refere é a vida mais tranquila que leva com os filhos e a mulher em Miami. Não que não seja reconhecido ou arraste multidões por onde passa, mas ele encontrou espaço para fazer coisas simples, que na Europa nunca foram possíveis.
Espalhou-se na internet, por exemplo, uma vídeo em que ele e a família estavam em um supermercado fazendo compras. Apesar de tirar algumas fotos com fãs, ele parecia bem tranquilo com a situação.
"Estamos muito felizes de ter escolhido esse lugar para viver."